
A aplicação de ciência de dados e inteligência artificial já começa a transformar o monitoramento de doenças no Brasil. Um dos destaques do I Seminário de Ciência de Dados e Inteligência Artificial no SUS, realizado na sede da Anvisa, em Brasília, é o sistema de georreferenciamento desenvolvido para mapear casos de leptospirose no Acre. A ferramenta cruza dados do SINAN com informações geográficas e climáticas, utilizando Python e a API do Google Maps, que alcançou 99,79% de acurácia na geocodificação para identificar áreas de risco associadas a chuvas e alagamentos.
O método, de baixo custo e alta reprodutibilidade, permite antecipar ações preventivas e apoiar o planejamento público em saúde. A proposta nasceu dentro da especialização em Ciência de Dados e Inteligência Artificial oferecida pela Anvisa e pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no âmbito do Proadi-SUS e em parceria com o Ministério da Saúde.
Outro projeto em destaque é o “Relatório do PARA — otimização, elaboração e publicação”, que automatiza a análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos. Por meio de scripts em SQL e Python e visualizações em Power BI, o sistema substitui planilhas manuais, detecta inconsistências automaticamente e aumenta a transparência dos dados.
Os dois projetos integram os 32 trabalhos desenvolvidos pelos alunos do curso. Com 400 horas de formação em formato híbrido, a especialização é gratuita e voltada a servidores públicos de instituições de saúde. Oferecido de forma online e com imersões presenciais em formato de bootcamp, o curso estimula o desenvolvimento de soluções inovadoras aplicáveis ao SUS, incluindo análises de dados, criação de dashboards e uso de inteligência artificial para a gestão em saúde.






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