
A poluição plástica é um problema global. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) calculam que, a cada minuto, um caminhão de lixo plástico é despejado nos oceanos. Outra informação que impacta é que cerca de 7 bilhões das 9,2 bilhões de toneladas de plásticos produzidas entre 1950 e 2017 se tornaram resíduos e acabaram em lixões ou aterros sanitários. Diante do desafio, em 2011, na Austrália, surgiu o movimento Plastic Free July, ou Julho sem Plástico, na tradução literal. Atualmente, milhões de pessoas se engajam no desafio (que é pessoal) de utilizar menos descartáveis durante o mês de julho. A ação já é a principal iniciativa da Plastic Free Foundation.
Apenas no ano passado, a entidade calcula que 174 milhões de pessoas participaram globalmente do desafio, o que faz da Plastic Free July a maior campanha contra o desperdício de plástico no mundo. Nos últimos seis anos, participantes da ação apontam terem coletado 12 milhões de toneladas de resíduos, sendo 1,7 milhão de tonelada de plástico.
Um ponto interessante do trabalho da Plastic Free Foundation, além de evitar que mais resíduos plásticos cheguem a aterros ou rios e oceanos, é o de mensurar a conscientização das pessoas sobre o tema. Ano passado, em parceria com a Ipsos, a instituição realizou uma pesquisa que mostrou que 29% dos 23.000 entrevistados em 30 países tinham conhecimento do movimento Julho sem Plástico e 13% tinham participado. A comunicação segue sendo um desafio para disseminar a prática, mas cada vez mais pessoas buscam melhorar suas ações, além de cobrar das empresas que estejam alinhadas a práticas sustentáveis.
Desafio global e brasileiro
No Brasil, diversas empresas têm investido em logística reversa, recondicionamento de eletrônicos, uso de plástico reciclados em seus produtos ou mesmo trocando plástico por itens biodegradáveis. Restaurantes e empresas de alimentação também estão na mira, já que partem daí itens cotidianos que vão parar em oceanos, como canudos, embalagens e talheres plásticos. Apesar da legislação para uso de canudos de papel ou biodegradável, o consumo do modelo em plástico tradicional ainda é um problema no Brasil e no mundo.
Olhando especificamente para a realidade brasileira quando o assunto é poluição plástica, O Brasil é o 8º maior poluidor plástico do mundo, injetando, anualmente, 500 bilhões de itens plásticos de uso único no mercado. O problema é ainda mais crítico quando olhando para a reciclagem desses materiais. Dados da ong Center for Climate Integrity, mostram que apenas 1,3% dos plásticos passam pelo processo de reciclagem no Brasil. Globalmente esse porcentual é um pouco melhor: 9%.
Quer aderir ao Julho sem Plástico?
A Plastic Free Foundation dá dicas simples que podem integrar seu desafio de um Julho sem Plástico, mas, também, se converterem em práticas para a vida.
– Evite sacolas plásticas e leve suas ecobags para todos os lados;
– Não use copos plásticos;
– Não use canudos;
– Leve sua garrafa ou copo, assim você pode beber água sem causar impacto;
– Comprou água em garrafa plástica, tente dar uso para esse recipiente;
– Não teve jeito e usou plástico? Descarte corretamente, enviando os itens para reciclagem.
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