Estudos de diversas consultorias, como McKinsey e BCG, apontam um avanço no uso de inteligência artificial generativa no Brasil, muito embora, há um bom número de especialistas que ainda questionam os resultados atingidos. Mas será que existe uma receita mínima para aproveitar o potencial dessa tecnologia? No Tech Day Inovabra, Tony Rodrigues, executivo de tecnologia da Ci&T, traçou um panorama detalhado sobre a adoção de inteligência artificial generativa nas empresas, destacando a importância da governança e das estratégias de inovação para transformar experimentação em resultados concretos.
Rodrigues enfatizou que o desafio atual vai além da tecnologia: é preciso integrar adoção, governança e inovação de forma estratégica. “Não basta só falar que o a gente colocar em um prompt que vai resolver nossa vida. O processo é fazer adoção, governança e inovação, ele vai ser uma somatória dessas coisas”, explicou. Segundo ele, o sucesso na implementação depende de três perfis de empresas: tomadoras, que utilizam soluções prontas; formadoras, que personalizam ferramentas de mercado; e criadoras, que desenvolvem seus próprios modelos.
Adoção global
Um dos pontos-chave apresentados foi o avanço da adoção global. Dados de pesquisas da McKinsey, BCG e MIT indicam que a implementação de IA saltou de 55% em 2023 para 72% em 2024, refletindo o uso intenso da tecnologia em funções de marketing, vendas e desenvolvimento de produtos. Apesar disso, Rodrigues destacou que a maturidade da adoção ainda varia conforme área e nível de senioridade. “Até porque tem diferentes áreas que exigem mais precisão, mais experimentação”, alertou.
A governança também ganhou atenção especial. Rodrigues apresentou os pilares que orientam a prática na Ci&T: políticas e princípios éticos, letramento digital em IA, gestão de portfólio de iniciativas e modernização de plataformas. Segundo ele, a governança deve ir além do compliance, transformando-se em vantagem competitiva: é sobre segurar sem frear, um equilíbrio entre liberdade sem perder o controle.
Perspectivas e tendências
Na prática, a CI&T já aplica esses conceitos internamente com mais de 300 cases em diferentes áreas, integrando equipes de marketing, jurídico, produto e tecnologia em uma plataforma única. Rodrigues destacou ainda a evolução para agentes semi-autônomos, que permitem orquestração de processos entre humanos e IA, acelerando a produtividade sem comprometer a qualidade.
O executivo reforçou que o futuro da GenAI depende da combinação de tecnologia, cultura e experimentação controlada. As empresas precisam empoderar seus colaboradores, reduzir o medo através de conhecimento e criar um ecossistema de inovação, desta forma a experimentação se transforma em resultados reais.
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