
O debate sobre o uso de inteligência artificial e dados no agronegócio, e o quanto isso tem ganhado força no campo foi tema da terceira edição do Agro do Futuro, realizado em São Paulo. A discussão abordou como a combinação entre nuvem, machine learning e análise massiva de dados está moldando um novo ciclo de produtividade, sustentabilidade e competitividade global para o setor.
O grande diferencial da tecnologia hoje é a democratização da inteligência artificial. Segundo Stéfany Mazon, diretora de Vendas em Nuvem e IA da Microsoft, soluções como o Copilot permitem que agricultores e empresas do setor usem linguagem natural para interagir com dados complexos, sem a necessidade de formação técnica avançada.
Se há alguns anos era necessário programar para extrair insights de um sensor, hoje qualquer pessoa consegue ter acesso a essas informações em minutos, usando IA em nuvem. A executiva também destacou a importância de plataformas que conectem múltiplas fontes de informação e transformem dados em decisões estratégicas, desde o monitoramento climático até a rastreabilidade de grãos.
Casos reais de inovação
Na prática, as soluções já mostram impacto direto no campo e na indústria. Entre os exemplos citados por Stéfany destacam-se o Pangenoma, projeto na Itália que analisa variedades de trigo para adaptá-las às mudanças climáticas, e o Grão Direto, uma plataforma brasileira que utiliza IA para precificar grãos em tempo real. Essas iniciativas mostram como a tecnologia vai além da eficiência operacional, criando novos modelos de negócios e acelerando a agricultura de precisão.
Stéfany acredita que “a gente tá vivendo um momento e não é futuro, é presente no qual utilizar inteligência artificial e nuvem é o dia a dia. E isso é a base para tornar qualquer pessoa mais produtiva e fazer a diferença. Não necessariamente vai ser para o desenvolvedor, mas para minha empresa, para o meu colaborador”.
Dados como ativo estratégico
Os dados geoespaciais tem grande importância para o agro e Gustavo Zimmermann, especialista global em IA, reforçou que o Brasil ocupa uma posição única no cenário mundial. O País é líder na geração e gestão de dados agrícolas. Mas ele alerta que a próxima etapa é transformar esse conhecimento local em referência global, mostrando como nossas soluções podem ser escaladas para outros mercados.
Zimmermann lembrou ainda que tecnologias como drones autônomos, monitoramento climático avançado e modelos preditivos já estão em fase de aplicação e podem acelerar soluções críticas como seguro agrícola, mitigação de riscos e compliance ESG. Ele reforça: “quanto mais a gente conseguir acelerar essa entrega de soluções e geração de dados para conseguir resolver problemas melhor, porque vai vir novo nível de IA que vai realmente mudar bastante todo esse processo”.
Futuro do agro digital
“Democratizar, não somente a IA, mas o acesso à informação, democratizar o acesso à tecnologia e aos dados do agro. Se vocês não estão utilizando inteligência artificial, o seu competidor está”, frizou Stéfany sobre a tendência de uso da IA no campo.
Para Zimmermann, a janela de oportunidade é agora. “Quando a gente pensa hoje soluções de inteligência artificial, elas podem trazer um monitoramento mais em tempo real, resolver questões muitas vezes no campo mesmo e até uso de drones pilotados por IA”.






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