Uso de GenAI no Brasil inovação
Foto: Lukas Blazek/Unsplash

A Inteligência Artificial Generativa já entrou no radar estratégico das empresas no Brasil, mas a lógica da eficiência ainda predomina. É o que mostra a pesquisa inédita “IA Generativa no Brasil: o que diferencia a experimentação de transformação”, publicada pela MIT Technology Review Brasil em parceria com a Peers Consulting + Technology.

Entre os principais objetivos estratégicos citados, 79% dos respondentes destacaram o aumento de produtividade, 55% a inovação de produtos e serviços e 48% a redução de custos operacionais. O dado revela que a aplicação inicial da GenAI segue priorizando ganhos de otimização e eficiência.

O levantamento, que ouviu 322 empresas de setores como varejo, indústria, serviços financeiros, educação e energia, também expõe fragilidades na preparação orçamentária. Apenas 17,7% afirmam estar plenamente prontas para destinar recursos à tecnologia, enquanto 30,5% concordam parcialmente. “Mais de um terço das empresas ainda enfrentam lacunas relevantes na definição de recursos financeiros específicos para a tecnologia”, contou em nota Bruno Horta, gerente sênior de Ciência de Dados e Inteligência Artificial da Peers Consulting + Technology.

Para além do orçamento, outros obstáculos para implementação da IA foram citados, sendo os quatro primeiros: a falta de dados de qualidade, os custos de infraestrutura computacional, a resistência cultural e a integração com sistemas legados.

Entre as áreas prioritárias para adoção da tecnologia, aparecem TI com 57%, atendimento ao cliente (52%), operações (50%) e marketing & vendas (47%). Funções de suporte, como RH, jurídico e finanças, seguem em segundo plano.

Perfis de adoção

A pesquisa também agrupou as empresas em três grandes perfis (clusters) de maturidade. O Cluster Corporativo concentra-se em produtividade (90%) e redução de custos (63%), com aplicação transversal em backoffice (84%), TI (79%), marketing & vendas (78%), atendimento (75%) e suporte — jurídico (77%), RH (73%) e finanças (69%).

O Cluster Inovador prioriza inovação (72%) e produtividade (73%), mas ainda apresenta baixo impacto em receita (20%) e experiência do cliente (19%). O foco está em TI (51%), operações (57%) e P&D (44%), enquanto áreas administrativas permanecem com penetração reduzida (15% a 19%).

Já o Cluster Relacional e Experiencial foca na experiência do cliente (65%) e geração de receita (36%), sem perder ganhos de produtividade (82%). Nesse perfil, a aplicação se concentra em atendimento (86%), marketing & vendas (70%) e TI (55%), com mínima presença em funções de suporte — RH (8%), finanças (7%) e jurídico (12%).

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