Por Paulo Moraes*
Recrutamento não é a única atividade de um headhunter. Nessa profissão, também temos espaço para sermos parceiros estratégicos do desenvolvimento organizacional. Podemos nos posicionar como uma espécie de consultor em torno de assuntos relacionados à gestão, carreira e mercado de trabalho. Um parceiro de pensamento para que o board tome decisões mais alinhadas aos objetivos do negócio.
Nesse contexto, tenho coordenado projetos de diagnósticos em times de TI. Nessa iniciativa, ingresso com a missão de mapear gaps de competências e sugerir trilhas de aprendizagem. Também indico trajetórias profissionais que cada colaborador tem potencial para seguir dentro da companhia. Faço isso considerando diferentes áreas e níveis de senioridade dos colaboradores.
Um dos motivadores desse projeto é a ascensão acelerada da inteligência artificial com transformação digital constante. Com elas, novas funções têm surgido e mais competências técnicas e humanas têm sido demandadas. É nítido que esses movimentos operam como chamados constantes para que profissionais de TI se aprofundem no conhecimento do que já sabem (upskilling) e aprendam coisas novas (reskilling).
Vejo esse projeto como uma via eficiente para manter os profissionais atualizados. No entanto, o valor da ação vai além. Ela tem sido um dos pilares para valorizar, apoiar e engajar colaboradores altamente assediados pelo mercado de trabalho. É um “repensar” do modelo de gestão, muito mais por sobrevivência do que por inovação.
É uma jornada de compreensão das dores e necessidades dos profissionais, enquanto exploramos o papel da tecnologia na rotina da organização e das estratégias do negócio. Passa, ainda, pela conscientização da alta liderança da companhia sobre possíveis necessidades de revisão de organogramas, cultura corporativa e modelo de trabalho. Tudo para que o profissional tenha mais motivos para entregar seu potencial e não apenas seu tempo.
Na área de tecnologia da informação, essa dinâmica é vital para manter o acesso dos empregadores aos melhores talentos do mercado. E isso me leva a pensar que a boa gestão de times de TI realmente pode ser vista como um laboratório para o futuro da gestão empresarial, como está destacado no eBook Gestão de Times Tech na Prática, da LANDtech.
Os cases, os depoimentos e as boas práticas reunidas no material nos lembram que experiências em squads ágeis, em modelos de produto e em estruturas mais horizontais tendem a se espalhar para todas as áreas da organização. Afinal, os avanços tecnológicos já tem exigido que profissionais de marketing, logística e finanças, por exemplo, tenham algum letramento digital.
Não dá para negar que a tecnologia é estratégica e essencial para o desenvolvimento de qualquer negócio. No dia a dia do trabalho, profissionais de diferentes áreas têm se tornado heavy users de diversas ferramentas. Então, na minha opinião, faz todo sentido reconhecer que TI também pode nos ensinar lições valiosas sobre como evoluir na liderança de equipes.
*Paulo Moraes é diretor geral da LANDtech






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