São Paulo Climate Week

Durante o primeiro dia de eventos no Cubo Itaú pela São Paulo Climate Week 2025 as discussões se aprofundaram em temas importantes e sensíveis sobre sustentabilidade e tecnologia. A Câmara Brasil-Alemanha e o Cubo Itaú uniram forças para lançar um programa inédito voltado ao fomento de startups deep tech com foco em descarbonização industrial. A iniciativa busca acelerar a conexão dessas soluções com o mercado, promovendo parcerias estratégicas entre startups de base científica e grandes empresas.

Com apoio de instituições como Fundo Vale, Auren, Siemens e governo alemão, o programa selecionará ao menos 20 startups entre 100 mapeadas. As escolhidas receberão suporte técnico, mentoria especializada e conexão direta com desafios reais da indústria.

Brasil aposta em Deeptechs

O objetivo final é gerar projetos concretos que possam ser apresentados na Hannover Messe 2026, maior feira industrial do mundo, onde o Brasil será o país homenageado. Além de posicionar o País como polo de inovação sustentável, a iniciativa aposta em reduzir o abismo entre ciência e mercado.

As Deeptechs ganham força como motor da transição energética e da competitividade industrial brasileira. Bruno Vath Zarpellon, Diretor de Inovação e Sustentabilidade da Câmara Brasil-Alemanha reforça que “a gente não pode pensar alguma coisa daqui para frente que de alguma forma faça mal para a sociedade, para o meio ambiente ou até mesmo para a economia.”

Biodados ganham força como motor da conservação

Saindo das deeptechs e entrando em biodados, o painel sobre o assunto que dados são ativos centrais da transição ecológica, especialmente quando conectam ciência, território e comunidades. O encontro reuniu iniciativas que usam tecnologia para transformar biodiversidade em conhecimento prático e políticas públicas.

Leonardo Trevelin, pesquisador em biodiversidade e inteligência computacional do Instituto Tecnológico Vale, destacou como dados genéticos e acústicos de cavernas amazônicas estão sendo usados para orientar o plano de manejo da Floresta Nacional de Carajás, apoiando decisões em conservação e licenciamento. Já Gabriel Nunes, pesquisador em bioinformática da GainForest, trouxe uma crítica contundente ressaltando que dados só têm valor real se dialogarem com os saberes e interesses das comunidades que protegem as florestas.

Também foram abordadas questões como a urgência de padronizar e tornar acessível a coleta de dados globais, bem como como sensores e inteligência ecológica vêm tornando mais preciso o monitoramento de carbono e valorizando a restauração florestal. Para Emiliano Ramalho, Diretor técnico-científico do Instituto Mamirauá, os biodados são o conhecimento sobre a vida na Terra, e as comunidades locais devem ser vistas como protagonistas desse saber.

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