
A Check Point Software divulgou o Relatório de Segurança em Manufatura 2025, revelando um cenário preocupante: fabricantes no mundo todo enfrentam, em média, 1.585 ataques cibernéticos por semana, um crescimento de 30% em relação a 2024. As regiões mais afetadas são América Latina e Ásia-Pacífico, com destaque para Taiwan, que registra 5.100 ataques semanais, enquanto a Europa apresenta o aumento mais acelerado, com seis dos dez países líderes em crescimento de incidentes.
O relatório destaca que os ataques deixaram de ser um problema exclusivo de TI para se tornarem uma crise econômica e de segurança mais ampla. Paralisação de linhas de produção, roubo de propriedade intelectual e interrupção de infraestruturas logísticas são efeitos cada vez mais comuns, impulsionados por ataques sofisticados com motivações financeiras, estratégicas e geopolíticas.
Entre as principais constatações, o ransomware se mantém como a ameaça predominante, causando prejuízos que chegam a centenas de milhões de dólares, destruindo backups e interrompendo operações. A Ásia-Pacífico lidera em volume de ataques, enquanto a Europa registra o crescimento mais rápido. Violações em terceiros, incluindo fornecedores e operadores logísticos, têm efeitos em cascata sobre indústrias inteiras, e ameaças patrocinadas por Estados estão cada vez mais direcionadas a propriedade intelectual e sistemas de tecnologia operacional (OT).
Cadeia de suprimentos vulnerável
O setor de manufatura ainda opera em muitos casos com sistemas legados e integrações vulneráveis, ampliando a superfície de ataque. Nesse contexto, os ciberataques assumem caráter de guerra econômica, afetando desde cadeias de suprimento até a competitividade nacional. Exemplos recentes, como os ataques à Clorox, Nucor, Sensata Technologies e Schumag AG, demonstram que incidentes são cada vez mais deliberados, disruptivos e capazes de gerar efeitos em cascata, como perda de contratos, danos à reputação e atrasos em inovação.
“Os ciberataques nesse setor não estão apenas paralisando a produção. Eles estão atrasando a entrega de produtos, comprometendo a propriedade intelectual e desestabilizando economias. Em países onde a indústria é um pilar econômico, a resiliência cibernética é uma questão de interesse nacional, não apenas de higiene de TI”, alertou em comunicado Sergey Shykevich, gerente do Grupo de Inteligência de Ameaças da Check Point Software. A interconexão entre fornecedores, parceiros globais e sistemas IoT e OT torna cada elo vulnerável: um único fornecedor ou dispositivo inseguro pode comprometer toda uma linha de produção, abrindo caminho para ataques de ransomware e exploração de vulnerabilidades industriais.
Além de grupos criminosos, atores patrocinados por Estados e hacktivistas políticos têm como alvo projetos estratégicos e tecnologias avançadas, tornando a segurança cibernética industrial uma questão de competitividade nacional. Para os executivos do setor há necessidade de adotar postura proativa e fortalecer a cadeia de suprimentos, proteger propriedade intelectual, construir resiliência operacional e investir em estratégias de prevenção.
O relatório completo está disponível neste link.
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