Christina Shim, CSO da IBM

O debate sobre tecnologia e sustentabilidade é crescente. Ora pela obsolescência rápida de equipamentos e seus descartes, ora pelo consumo de energia e impactos na sociedade de forma mais ampla. Recentemente, quem ganhou todos os holofotes nessa discussão foi inteligência artificial. Por demandar muito processamento, questiona-se o algo consumo de energia e o como sustentar esse apetite quando a tecnologia estiver em pleno uso por empresas e indivíduos.

Durante uma conversa no Web Summit Lisboa 2024, a Christina Shim, Chief Sustainability Officer (CSO) da IBM, falou sobre o assunto e mostrou-se animada com ações que aliam uso de IA, negócios e sustentabilidade. “Minha missão é embarcar sustentabilidade em tudo o que fazemos”, pontuou.

Para a executiva, existem diversas oportunidades onde se pode aplicar inteligência artificial com um olhar de sustentabilidade dentro dos negócios. Questionada sobre o alto consumo de energia, Shim reconhecer que isso está entre as preocupações da empresa, mas convidou a todos a pensarem no uso e resultados que buscam com a tecnologia. 

“Pense no modelo, no tamanho dessa modelagem e naquilo que você quer como resultado. Depois de feito uma vez, você não precisará fazer do zero. Do ponto de vista de infraestrutura, você minimizará sua pegada de carbono, explicou a executiva, que aproveitou ainda o momento para defender o uso de nuvem híbrida, dizendo que a maneira com a tecnologia é processada influencia no cenário. “Pode fazer sentido ter as aplicações que mais utilizo em um data center mais próximo para consumir menos banda”.

Na prática

Embora os pontos trazidos por Shim façam sentido, na prática, ainda se vê pouco desse alinhamento IA e sustentabilidade. Em outro ponto do evento, o professor do IMD, Michael Wade, defendeu a digitalização sustentável e chamou a atenção para o fato de os investidores apostarem muito na digitalização e quase nada em ações sustentáveis e que isso precisa mudar. 

“AI e Digital têm impacto positivo ou negativo em sustentabilidade? Se não fizermos nada, o cenário é negativo, mas entendo que o cenário pode se inverter, mas não acontecerá naturalmente. O consumo de energia é elevado e esse impacto precisa ser reduzido. Entre 40% e 60% das emissões estão ligadas ao setor de TIC, é uma grande responsabilidade”, avaliou o professor.

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