
Enquanto muito gente tenta entender o impacto de 5G, inteligência artificial e outras tecnologias nos mais diversos setores, as pesquisas (e expectativas) com a computação quântica não param de crescer. De um lado, existe a preocupação com o que pode acontecer em termos de segurança da informação, do outro, pesquisadores já avaliam as possibilidades que esse poder computacional adicionará. Um dos setores que pode ser beneficiado com a tecnologia quântica é a saúde. E quem falou sobre o assunto foi o CTO da Boehringer Ingelheim, Clemens Utschig-Utschig.
O executivo, ao falar durante o Web Summit Lisboa 2024, lembrou que inteligência artificial já trouxe uma série de possibilidades em simulação de proteínas e suas ações em diferentes doenças. “Trouxe uma habilidade de entender muito melhor o que acontece no behind the scenes da vida humana de forma mais simples”pontuou.
Mas como todo bom executivo de tecnologia, Utschig afirmou que ele (e a empresa) querem ir além. “Usamos machine learning para estatísticas aproximadas, mas e se tivéssemos a habilidade de calcular a estrutura da molécula? Entender o que acontece nesse ponto da vida humana e, com isso, prever e estruturar melhor as ações? Isso deve ser possível com a computação quântica”, vislumbrou o CTO.
Essa possibilidade de cálculos complexos que abre as oportunidades em saúde, preocupa quem trabalha com segurança da informação, há relatos de que a computação quântica teria capacidade de quebrar praticamente todas as criptografias existentes. Utschig reconhece, no entanto, que existe um caminho a ser percorrido até que todo o potencial desta tecnologia esteja à disposição. IBM, Google e outras estão avançadas no assunto e, em breve, assim como aconteceu com inteligência artificial, chegarão a um modelo comercial viável para quântica.
Enquanto isso, o CTO da Boehringer segue de olho em todas as possibilidades e na revolução que quântica pode causar no setor. “Queremos ver as proteínas, simular componentes, reações e agir da melhor forma em linha com cada reação. É como se estivéssemos na idade da pedra prontos a descobrir um portal cheio de possibilidades”, comentou. “As possibilidades trazidas pela deep tech permitem criar um entendimento profundo para construir a cura futura”, completou.
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