Investimentos IA cloud
Foto: Fauxels/Pexels

A computação em nuvem consolidou-se como eixo central na expansão da inteligência artificial nas empresas brasileiras. Segundo a pesquisa “Agenda de Negócios – Volume 2: Tecnologias“, da Deloitte, 87% das organizações pretendem manter ou ampliar seus investimentos em cloud até o fim de 2025, um movimento que reforça a interdependência entre infraestrutura digital e escalabilidade da IA no ambiente corporativo.

O estudo mostra que oito em cada dez empresas já utilizam ao menos uma aplicação de IA ou GenAI, especialmente em tarefas administrativas e no atendimento inicial ao cliente. Mas o avanço não para aí: 49% das companhias planejam incorporar IA em seus produtos ou serviços, e 36% já estão em fase de testes ou implementação. No marketing e vendas, a adesão chega a 60%, com previsão de atingir 83% em breve, um sinal de que a tecnologia está migrando de áreas de apoio para funções estratégicas e de geração de receita.

Outro dado relevante é que as empresas que mais avançam na adoção de IA compartilham três características: alto grau de digitalização, políticas formais de governança tecnológica e investimentos consistentes em cibersegurança e cloud. Conforme comunicado da sócia-líder de Technology & Transformation da Deloitte, Renata Muramoto, “o avanço dessa ferramenta nas empresas brasileiras também não ocorre de forma isolada – ela caminha lado a lado com a evolução da maturidade digital, a consolidação de políticas de governança em IA e o fortalecimento da cibersegurança. Esses três pilares não apenas viabilizam a adoção da IA, como garantem que ela ocorra de forma segura, estratégica e com impacto real nos negócios”.

Produtividade segue como principal fator

A pesquisa também revela que 45% das organizações já possuem ou estão implementando políticas de governança em inteligência artificial, um indicador de amadurecimento e de preocupação com o uso ético e seguro da tecnologia. O aumento da produtividade aparece como principal motivador dos investimentos em digitalização para 91% das empresas, seguido de redução de custos (69%), crescimento de receita (67%) e melhoria da experiência do cliente (66%).

Nas áreas operacionais, 27% já utilizam IA para automação e fiscalização de processos, enquanto 25% fazem uso para monitoramento do ambiente de trabalho por vídeo. A tecnologia também está presente no recrutamento (30%) e na análise de dados (41%), reforçando sua versatilidade. Jefferson Denti, Chief Disruption Officer da Deloitte, afirmou em nota que “a inteligência artificial deixou de ser uma aposta e passou a ser um diferencial competitivo concreto. Vemos um movimento acelerado das empresas que já dominam os fundamentos digitais rumo a um uso mais sofisticado da IA, com aplicações que vão muito além da automação básica e que se estendem ao apoio à tomada de decisão, à análise preditiva e à criação de novos produtos e serviços”.

Evolução digital

O estudo indica ainda que 59% das empresas estão em fase de desenvolvimento ou expansão de suas estratégias digitais, enquanto 14% já atingiram estágio avançado. As organizações com maior maturidade digital são justamente as que destinam mais recursos a cloud e cibersegurança, criando um ambiente propício para aplicar IA de forma sustentável e estratégica.

A pesquisa foi realizada com 402 empresas que juntas representam cerca de 12% do PIB nacional, com 84% dos respondentes de nível executivo (presidentes, diretores, gerentes).

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