Devs de Impacto
Foto: Divulgação

Uma plataforma desenvolvida por três estudantes do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), em São Paulo, promete mudar a forma como gestores públicos encaram o planejamento climático. Batizada de Clima Seguro, a solução usa inteligência artificial e modelagem matemática para mapear áreas de risco e estimar o impacto financeiro de desastres naturais, um dado ainda pouco explorado nas políticas de resiliência urbana.

A ferramenta apresenta comparativos que indicam quanto as prefeituras podem economizar ao investir em medidas preventivas. O projeto foi o grande vencedor da etapa de Curitiba (PR) do hackathon Devs de Impacto, realizado entre 1º e 2 de novembro, reunindo 59 desenvolvedores em uma maratona de 36 horas. O time formado por Davi Jesus (19), Thiago Volcati (20) e David Nascimento (20) conquistou R$ 20 mil e mais US$ 1,5 mil em créditos de API da OpenAI.

Inovação com propósito

Segundo nota de Caio Coimbra, diretor executivo da ApplyBrasil, o objetivo central do evento foi aproximar os desenvolvedores de desafios sociais reais. “Acho que a gente tinha uma expectativa que se cumpriu, que era colocar os desenvolvedores olhando para os problemas mais urgentes do nosso tempo. Não é possível a gente ter solução escalável se a gente não usa tecnologia, se a gente não pensa em como governos podem fazer essa adoção e como dados e inteligência artificial fazem parte disso”, afirmou.

Realizado pela iMaster e ApplyBrasil, com apoio da OpenAI e produção da NewHack, o movimento Devs de Impacto tem percorrido o país em formato colaborativo, reunindo equipes multidisciplinares orientadas por mentores técnicos. Após São Paulo e Curitiba, a próxima parada será em João Pessoa (PB), nos dias 8 e 9 de novembro.

Regulação em debate

Durante a abertura, Sergio Oliveira, gerente de Projetos e Novos Negócios da EcoStage, fez um alerta sobre os rumos da regulação da IA no Brasil. O PL 2338/23, em tramitação no Congresso, propõe novas regras para o desenvolvimento e uso da tecnologia. Ele destacou que uma legislação restritiva pode desacelerar a inovação e aumentar a insegurança jurídica para startups e pesquisadores.

“Essa galera que está aqui, que está gerando soluções, que conhece o tema e que é uma galera jovem, quer gerar impacto. Acho que eles precisam saber o que está acontecendo, porque eles vão estar participando desse mercado num futuro próximo e eles vão sofrer os problemas”, afirmou Oliveira em nota.

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