A IA generativa já é realidade para 82% das empresas brasileiras, um salto de 70% em relação a 2023, sendo o principal uso como ferramenta de produtividade (93%). A adoção, contudo, ainda é realizada de forma independente e descentralizada para a maioria dos profissionais

Os dados são do relatório State of Data 2024, realizado em parceria entre a Bain & Company e a Data Hackers. O estudo levou em conta entrevistas com mais 5 mil profissionais de dados no Brasil, realizadas entre outubro e dezembro de 2024. 

O uso da tecnologia é alarmante: 63,6% das empresas têm seus profissionais utilizando IA generativa de maneira descentralizada, um número abaixo dos 72,4% do ano anterior. A falta de governança no uso da IA, segundo Daniel Avancini, CDO da Indicium, empresa global especializada em dados e IA, revela a falta de maturidade corporativa na área.

“Muitas empresas estão começando a perceber a importância de centralizar a governança, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que essas ferramentas sejam usadas de forma estratégica e segura”, afirmou em nota. 

Dentre as 31,7% das empresas que ainda não adotaram a inovação, a falta de compreensão dos casos de uso é o maior desafio, pontua a pesquisa. Falta de expertise ou recursos (30,5%), preocupações com segurança e privacidade de informações (30,3%) e a percepção de que os dados da empresa não estão prontos para o uso da tecnologia (28%) figuram entre as barreiras. 

O relatório revela uma adoção basicamente universal de ferramentas de produtividade baseadas em IA generativa no setor de dados – 93% dos entrevistados declaram o uso, acima dos 80% de 2023. A maioria (57%), contudo, ainda recorre a soluções gratuitas, ao passo que somente 20% possuem acesso a ferramentas pagas e fornecidas pela própria empresa. 

“O uso de soluções gratuitas pode representar riscos consideráveis para a governança e a segurança das informações corporativas. Cada vez mais, as empresas precisam oferecer alternativas robustas e seguras para os seus profissionais”, enfatiza Avancini.

O estudo enfatiza a importância de implementar uma abordagem estratégica das prioridades de uso, investindo em capacitação e segurança para garantir o sucesso na implementação da IA generativa. O desafio é transformar seu uso independente e fragmentado em uma governança unificada. 

Democratização da IA e governança

Mesmo com a rápida adoção, as oportunidades de crescimento do uso da IA generativa ainda são significativas. Apenas 9% dos mil executivos possuem um exemplo funcional de adoção da tecnologia para apresentar, conforme revelou pesquisa do MIT. 

Apesar dos desafios, o cenário deve mudar rapidamente. “A IA vem se democratizando rapidamente, passando a estar disponível para todas as áreas de negócio – não apenas por meio de soluções prontas, mas também com a possibilidade de desenvolvimento de soluções personalizadas”, comentou Fabio Caversan, vice-presidente global de Inovação do Stefanini Group, em nota.

Para contextualizar a tecnologia dentro dos processos de negócios, o executivo enxerga que as empresas devem contar com dados robustos e uma implementação adequada. Essa abordagem permite maximizar o uso da tecnologia e impulsionar os resultados.

O Stefanini Group, que contabiliza mais de 250 casos de IA aplicada em clientes ao redor do mundo, é um exemplo de boas práticas. Com um modelo de governança de IA implementado e mais de 8.000 prompts usados de forma descentralizada para apoiar as equipes internas, a empresa permite que as diferentes áreas criem e reutilizem soluções de Inteligência Artificial

“Esse processo já estava mais desenhado, por termos essa expertise há mais de 14 anos ‘em casa’”, o que permitiu integrar a IA nos processos dos clientes de forma segura e eficiente. 

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