
Se existe uma corrida entre as big techs pelo domínio da inteligência artificial (IA) e, claramente, dos dados, já que, sem eles não existe um bom modelo de IA, governos mundo afora também investem em ações das mais variadas. Os projetos visam, por exemplo, a atrair o desenvolvimento de modelos localmente ou mesmo ampliar infraestrutura de data centers (DCs). O Brasil é um dos países bem-posicionados em DCs, inclusive servindo de hub regional para várias empresas. Diante dessa realidade, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou a previsão de investimento de R$ 500 milhões no Programa de Sustentabilidade e Energias Renováveis para IA, como parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial.
A ideia é que o Pró-Infra IA Sustentável financie projetos que tragam datas center verdes para o Brasil. O objetivo é priorizar iniciativas que adotem uso de fontes de energia renovável, como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa. Também haverá incentivo para adoção de tecnologias de resfriamento inovadoras e uso de equipamentos que consumam menos energia, como servidores de última geração e softwares gerenciados por inteligência artificial.
Embora a iniciativa seja bem-vinda, é preciso lembrar que diversas empresas de data centers instaladas no Brasil já seguem diversas práticas sustentáveis, como a Equinix, com quem o Coletivo Tech conversou recentemente e abordou as ações da empresa em prol da sustentabilidade. Green4T, Odata e Scala Data Centers também adotam práticas sustentáveis.
Em comunicado, o MCTI afirmou que, para fazer com que o programa seja efetivo, estão previstas reuniões com especialistas, representantes do setor privado e da sociedade civil ainda em 2025. O governo quer que o programa ajude a implantar um ecossistema de inteligência artificial robusto, inovador e sustentável no País.
Vale reforçar que o programa é parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial que prevê investimentos de R$ 23 bilhões entre 2024 e 2028. Algo que lideranças do mercado de tecnologia afirmam é que, para o Brasil ter mais possibilidades em IA, sobretudo como polo de criação de modelos, além do investimento nessas infraestruturas, é preciso atacar a questão tributária dos processadores necessários para rodar os modelos. São produtos importados e com alta carga tributárias, o que, muitas vezes, inviabiliza o processo, principalmente se pensarmos em startups brasileiras.
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