Entra ano e sai ano a cidade de São Paulo enfrenta problemas com a chegada do verão e, junto dele, a temporada de chuvas. Entre as cenas que se repetem estão enchentes, falta de energia e queda de árvores, num local já carente de verde. O dilema, no entanto, tem se tornado maior na medida em que eventos climáticos se tornam mais frequentes e se espalham pelas diferentes estações do ano. Mas será que inteligência artificial pode ajudar amenizar esse cenário de alguma maneira? Ao que tudo indica sim.

Em recente artigo publicano no jornal Folha de S.Paulo, o vice-presidente do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Buckeridge, afirmou que existem projetos na instituição que pesquisam como evitar quedar, fazer podar preventivas e inteligentes (para que a árvore não caia ou adoeça devido a uma poda mal feita), entre outros.

Para o professor, se for possível aplicar tecnologias em desenvolvimento na USP e também na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), seria possível reduzir a vulnerabilidade de São Paulo a esses eventos. Uma das ações é se antecipar às podas a partir do uso de inteligência artificial que identificaria as árvores que estão com galhos próximos à fiação. Além disso, ele sugere um diagnóstico rotineiro para saber o estado de saúde. Muitas vezes, apenas a poda não será suficiente.

Inteligência artificial associada ao Google Street View, comentou o professor, já permite um trabalho com grau de acerto bastante alto para lidar, por exemplo, com a interação entre árvores e fiação. Mas isso depende, claro, de ação conjunta entre prefeitura e a concessionária de energia elétrica da cidade. 

Na USP um projeto em andamento quer ir além da identificação antecipada, mas também usar a tecnologia para calcular a melhor poda e manter o equilíbrio da árvore. O profissional chegaria ao local, escanearia a árvore e teria a informação da poda ideal. Para as raízes, ferramentas de ultrassom já existem e permitem saber qual planta tem mais probabilidade de tombar.

Apesar do entusiasmo, Buckeridge reconhece que a adoção de tecnologias tende a ser lenta e fala da necessidade de atuação conjunta de iniciativa privada, governo e academia para dar conta desse tipo de desafio. 

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