inteligência artificial no diagnóstico de demência

Uma nova ferramenta de inteligência artificial (IA) desenvolvida pela Mayo Clinic identificou com precisão nove tipos diferentes de demência em 88% dos casos analisados. Chamada StateViewer, a tecnologia usa exames de imagem cerebral do tipo FDG-PET — amplamente disponíveis na prática clínica — para mapear padrões associados a doenças como Alzheimer, demência por corpos de Lewy e demência frontotemporal.

Publicada em 27 de junho na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, a pesquisa destaca como a IA na saúde pode transformar o diagnóstico de demência: a ferramenta acelera a análise médica — quase duas vezes mais rápida — e eleva a precisão em até três vezes, mesmo em locais com poucos especialistas.

Mais rápido e preciso

O avanço endereça um dos maiores desafios da medicina: diferenciar tipos de demência de forma precoce e confiável. Essa etapa é crucial diante da chegada de novos tratamentos. Com mais de 55 milhões de pessoas vivendo com demência no mundo, segundo a OMS, e quase 10 milhões de novos casos por ano, cresce a demanda por soluções tecnológicas para diagnósticos acessíveis e ágeis.

“Cada paciente que entra na minha clínica traz uma história única moldada pela complexidade do cérebro”, afirmou em comunicado o neurologista Dr. David Jones, que lidera o programa de inteligência artificial em neurologia da Mayo Clinic. A solução foi criada em parceria com o cientista de dados Dr. Leland Barnard, que reforça a visão humanizada: “Enquanto desenvolvíamos o StateViewer, nós nunca perdemos de vista o fato de que, por trás de cada dado e exame de imagem cerebral, havia uma pessoa enfrentando um diagnóstico difícil e perguntas angustiantes”.

Com visualizações intuitivas e uma base comparativa robusta, o StateViewer transforma exames de imagem cerebral em mapas com códigos de cores, destacando regiões afetadas de forma clara e acessível — inclusive para médicos sem formação em neurologia. A Mayo Clinic pretende expandir o uso da ferramenta e avaliá-la em diferentes contextos clínicos, impulsionando o papel da IA na medicina diagnóstica.

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