
O Brasil aparece como principal origem de ataques a dispositivos da Internet das Coisas (IoT) na América Latina, com 11 milhões de tentativas de invasão bloqueadas, segundo o novo “Panorama de Ameaças” da Kaspersky. Na sequência aparecem Argentina (10 milhões), República Dominicana (8 milhões), Belize (4 milhões) e Venezuela (1 milhão). O levantamento reforça o alerta sobre a necessidade crescente de proteção digital, considerando que 27% dos usuários brasileiros já possuem ao menos um dispositivo IoT em casa e que, a cada segundo, 127 novos aparelhos se conectam à internet no país.
Hoje, residências e escritórios contam com uma gama de dispositivos interconectados, que vão de roteadores e televisores a assistentes de voz, câmeras, eletrodomésticos, sistemas de aquecimento e sensores de segurança. Apesar da presença crescente desses equipamentos, ainda há desconhecimento significativo sobre a IoT: 24% dos entrevistados no Brasil afirmam não saber como a tecnologia funciona.
A Internet das Coisas permite que dispositivos coletem e transmitam dados automaticamente, muitas vezes processados por Inteligência Artificial, sem necessidade de intervenção do usuário. Em média, cada pessoa interage diariamente com 10 a 15 dispositivos IoT, que, embora facilitem tarefas do dia a dia, também podem ser portas de entrada para ciberataques. Criminosos digitais exploram vulnerabilidades como senhas fracas, permissões mal configuradas, falhas não corrigidas ou redes inseguras para sequestrar aparelhos e integrá-los a botnets (redes de dispositivos comprometidos controladas remotamente).
Boas práticas para proteção
“Cada novo dispositivo IoT traz consigo a responsabilidade de protegê-lo e manter seguras as redes às quais ele se conecta. A segurança da IoT é uma responsabilidade coletiva, e a verdadeira inovação também inclui a forma como nos protegemos. Um lar, um escritório ou uma operação inteligente não é realmente inteligente se não for seguro”, alerta María Isabel Manjarrez, investigadora de segurança na Equipe Global de Pesquisa e Análise para América Latina da Kaspersky.
Para reduzir riscos, especialistas recomendam práticas de cibersegurança tanto para residências quanto para empresas. Em casas inteligentes, é fundamental ajustar configurações de segurança, controlar permissões de aplicativos, usar senhas fortes e únicas, manter dispositivos atualizados e proteger equipamentos sincronizados, como celulares e computadores. Em escritórios, é recomendada a criação de inventário de IoT, segmentação de redes, autenticação robusta, capacitação de equipes e monitoramento constante do tráfego de rede.






Sem comentários registrados