Miguel Setas, CEO do Grupo CCR

Pioneiro em tratar da digitalização de forma responsável, grande incentivador da cultura e com preocupações genuínas em torno do desenvolvimento sustentável, o CEO da Motiva (antigo Grupo CCR), Miguel Setas, falou ao Coletivo Tech sobre sustentabilidade como estratégia do negócio e lembrou que tudo começa com uma boa governança. Pese o momento adverso a temas ligados à agenda ESG pela postura hostil dos Estados Unidos, o executivo entende que, ao mostrar os ganhos ao negócio, que vão além dos reputacionais, tais discursos contrários se dissipam. 

Setas ainda traz um olhar atento às novas tecnologias e entende que não há como dissociar investimento em sustentabilidade do aporte tecnológico. “Nós acreditamos muito nessa dupla equação de uma CCR mais sustentável e uma CCR mais tecnológica”, avaliou. A seguir, você confere os principais trechos da conversa. 

Vitor Cavalcanti – Ainda é baixo no Brasil o número de conselhos que discute sustentabilidade de uma forma estratégica. Não necessariamente para produzir ações reputacionais ou de impacto na sociedade, mas até do ponto de vista de risco ao negócio. Que conselho você daria para uma empresa que ainda não tem essa pauta, não só pela sua visão pessoal que eu conheço, mas pelo trabalho que a própria CCR faz em relação a isso? 

Miguel Setas – Eu acho que tem que ser uma abordagem sistêmica, Vitor. Eu acho que não há uma bala de prata que resolva tudo. Acho que tem que ser uma abordagem que tem vários instrumentos, várias áreas que têm que ser cuidadas para que a sustentabilidade aconteça de uma forma natural e de uma forma, como você está colocando, central no diálogo estratégico da empresa. Isso passa por vários aspectos. Primeiro, governança. Você tem que ter uma governança adaptada a este debate. No caso da CCR, em particular, nós temos um comitê de Pessoas e ESG, um comitê que assessora o Conselho de Administração. Muitas vezes as empresas sentem a necessidade de trazer para estes comitês alguns membros independentes, alguns membros externos, que não estão no Conselho, mas que apoiam e que acabam por participar de uma forma ativa, com muito conhecimento, com desafio, com questionamento, e acho que isso ajuda muito as empresas. Portanto, governança acho que é um ponto.

Depois, eu diria que são as próprias competências do Conselho. Ou seja, você tem que ter no Conselho pessoas, pelo seu histórico, pela sua formação, pela sua experiência, pelo seu repertório, que elas possam trazer uma visão de qualidade, uma visão qualificada sobre os temas da sustentabilidade. E isso, na composição de um conselho, eu acho que os acionistas têm que ter essa preocupação para garantir que o conselho tem as competências básicas de todas as disciplinas principais: a financeira, a tecnologia, a sustentabilidade, recursos humanos, enfim, há uma miríade muito alargada de competências que são boas e devem estar representadas. 

Um terceiro aspecto que nós consideramos fundamental é o aspecto da estratégia. Ou seja, na definição estratégica, que nós fizemos isso aqui na CCR, você tem que colocar a sustentabilidade num plano de primeiro nível. No nosso caso, aquilo que fizemos foi definir seis prioridades estratégicas, nomeadamente o crescimento, a eficiência, a gestão do portfólio da empresa, a gestão da sua estrutura de capital, mas também, portanto, uma das nossas prioridades, a sustentabilidade. Nós colocámos que queremos reforçar, queremos exercer a nossa liderança de sustentabilidade. Ou seja, deixou de ser uma visão departamentalizada, você tem uma área de sustentabilidade na empresa que passa a ser um elemento central da sua estratégia. E depois, quando você tem isso na governança, quando você tem isso na estratégia, todo esse arcabouço começa a reverberar para as políticas da empresa. 

Você tem que ter políticas afirmativas nos vários domínios da sustentabilidade. Pode ser na dimensão ambiental, pode ser na dimensão social, pode ser na dimensão das políticas sociais para dentro da empresa, de diversidade, de inclusão, equidade, enfim, todas as pautas que nós sabemos que são fundamentais para trabalhar no âmbito da sustentabilidade. E, portanto, esse arcabouço tem que estar bem estruturado. Ou seja, você tem que ter uma estratégia adequada, você tem que ter políticas que elas respondam àquilo que são as convicções, aquilo que são os valores da empresa, aquilo que são os focos de atuação da empresa. E depois eu acho que há uma, naturalmente, uma capacitação, ou seja, não só ao nível dos conselhos, mas a empresa tem que ter pessoas, técnicos preparados para lidar com o tema da sustentabilidade. Ou seja, a sustentabilidade ela não pode ser apenas, e muitas vezes vemos isso nas empresas, aquele departamento que responde aos questionários dos índices. Você tem que participar no ISBOV, qual é que é o questionário.

VC – Não é apenas uma questão de relatório, certo?

MS – Isso, não é relatório e pronto. Você tem que ter uma estrutura organizacional, tem que ter uma organização com competências adequadas para lidar com a sustentabilidade. E cada vez mais, Vítor, e você sabe isso muito bem, a sustentabilidade tem que estar enraizada no negócio. Quer dizer, mais do que ter um departamento de sustentabilidade, ela tem que permear pelo negócio, ela tem que estar na área de recursos humanos, ela tem que estar nas áreas de negócios, ela tem que estar nas áreas de ética, de compliance, de auditoria interna, de governança, ela tem que ter uma leitura transversal na empresa, hoje em dia já não funciona, se é que cria um departamento de sustentabilidade e parece que fica ali encapsulado. Sustentabilidade é uma vivência que você tem que ter no âmago da sua estratégia, no âmago daquilo que é a essência e o propósito da empresa.

Eu acho que é uma jornada. As empresas não nascem preparadas. Nós, hoje em dia, vemos cada vez mais um pouco esses questionamentos, até por conta do cenário político nos Estados Unidos da América. Mas a maneira como nós enraizamos a sustentabilidade aqui na CCR é ligá-la ao processo de geração de valor, de criação de valor. Ou seja, a sustentabilidade ela não é uma ferramenta de reputação apenas, ela é uma ferramenta de geração de valor. O que é que aqui em particular nós conseguimos estruturar? Foi um plano, toda a nossa estratégia de sustentabilidade tem no final do dia uma equação de geração de valor para a empresa. 

O exemplo mais simples que eu posso dar para ilustrar essa abordagem é, na dimensão ambiental, nós comprometemos com descarbonização e com neutralidade carbônica até 2035. É uma autorregulação, ninguém nos obriga a ser neutros carbonicamente, as políticas hoje, o quadro regulatório e as políticas setoriais, elas não obrigam as empresas a fazer essa descarbonização, mas a CCR se autoimpôs, autorregulou-se e disse: nós queremos ser carbonicamente neutros até 2035. 

Mas esse processo de neutralidade carbônica vai ser financiado por uma redução de custos, com a migração de toda a nossa energia consumida nos modais do grupo CCR para o mercado renovável. Essa redução de custo de cerca de 20% em nosso custo energético vai financiar o nosso trajeto de descarbonização, portanto, passou a ser uma jornada de descarbonização aquilo que nós dizemos aqui, VPL positiva (valor presente líquido positivo), ou seja, ela gera valor, e às vezes quando eu tenho investidores que me questionam, pô, o ESG e tal, eu digo: olha, nós temos uma migração integral das nossas fontes energéticas para o mercado renovável. Vamos pagar 20% a menos por essa conta energética. Tem algum problema com isso? Tem algo a contrapor a isso? E, portanto, você derruba as resistências à sustentabilidade quando você consegue conectar a sustentabilidade diretamente ao ecossistema econômico. 

O encontro do digital com a sustentabilidade

VC – É muito o que a Grazielle Parenti, VP de Sustentabilidade da Syngenta, me falou. A falta de conhecimento dificulta o processo, mas quando se é apresentado o projeto e os resultados, com impacto direto no negócio, a pessoa até fica surpresa em saber que “aquilo” era sustentabilidade. 

MS – As vezes você tem mesmo esse equívoco. Mas hoje em dia, o que é muito entusiasmante, é que os grandes avanços tecnológicos, geralmente, sei lá, o próprio carro elétrico, são avanços tecnológicos que eles trazem uma poupança de custos de manutenção, trazem mais eficiência, trazem menor gasto de energia, vai conseguir trazer com o avanço tecnológico uma vertente ecológica, sustentável e uma vertente econômica maior. E maior eficiência é maior circularidade na utilização dos recursos, menos desperdício.

VC – Precisa ser bom para todo mundo, né Miguel? Sabe que tem um professor do IMD (escola de negócios da Suíça) que fala muito sobre digitalização sustentável. Ele montou uma matriz que mostra geração de valor para empresas que investem fortemente e de maneira conjunta em digitalização e sustentabilidade. Quem faz o trabalho conjunto, gera muito mais valor para a empresa. Tem muita relação com o que você vem falando, certo?

MS – Tem que fazer o encontro das duas coisas, porque gera valor para o negócio. O acionista tem que ver isso. Por isso que nós aqui também nos engajamos numa rota não só de sustentabilidade. Como eu comentei, temos uma estratégia para 2035, temos um plano estratégico de sustentabilidade que está muito ligado ao negócio, com essas rotas de descarbonização, com preparação para eventos climáticos, planos de resiliência climática, com políticas de diversidade, equidade e inclusão afirmativas, na dimensão do S, com investimento social externo. Temos um compromisso de investir 750 milhões de reais até 2035 em projetos sociais, temos um arcabouço de estratégias de sustentabilidade muito parrudo, muito estruturado. 

Mas também, isso é o ponto que você tocou, uma jornada tecnológica. Portanto, estamos fazendo upgrades da nossa infraestrutura, upgrades dos nossos objetivos de transformação digital. Começámos, no ano passado, uma jornada de GenAI e queremos liderar o setor nessa jornada tecnológica. Hoje nós temos use cases sendo utilizados não só nas plataformas de negócio, mas também no mundo corporativo, no legal, no supply chain, na parte do negócio e na parte de manutenção, na gestão operacional. Nós acreditamos muito nessa dupla equação de uma CCR mais sustentável e uma CCR mais tecnológica. 

VC – Miguel, eu li uma entrevista sua do ano passado falando muito sobre como a CCR ampliou o peso de risco climático para fazer participação, por exemplo, em leilões, se deve ou não participar da concessão. Isso tem a ver com esse ponto de governança que você mencionou lá atrás? 

MS – Com esse ponto de governança e com esse ponto de estratégia de sustentabilidade. Hoje, o risco climático faz parte de uma análise ampla de risco que o grupo CCR realiza em qualquer tomada de decisão relevante. Nós hoje temos uma matriz de risco muito detalhada, precificação de risco, portanto, fazemos, digamos, uma visão não só qualitativa dos riscos, mas quantitativa. Portanto, nós hoje sabemos, temos uma rodovia A, B ou C, qual é que é o valor que os fenómenos climáticos extremos que vão afetar, digamos, o país daqui a um tempo, e já começam a afetar agora, põem em risco, põem em jogo.

E isso é ou não é compatível com o padrão de rentabilidade do ativo? Faz ou não faz sentido participar com este tipo de risco? Já tomámos decisões, Vítor, aqui, por exemplo, em Rodovias, aqui em São Paulo, em que a gente não participou nos leilões porque entendemos que o risco climático era muito elevado. E, portanto, foi um elemento de exclusão da participação no leilão aqui em São Paulo. Portanto, isso passou a ser uma ferramenta do modelo de gestão do dia a dia.

VC – E isso é um exemplo muito fácil de se entender, né? Como o conselho pode participar ativamente, nem que seja para a gestão de risco do negócio. 

MS – Aliás, hoje, só para você saber, o VP de Sustentabilidade da CCR, ele tem risco, sustentabilidade, digital, inovação, AI, enfim, toda essa agenda. Nós entendemos que isso é uma equação única. Portanto, trabalhar para uma CCR mais sustentável, uma CCR mais tecnológica. São dois caminhos que são fundamentais. E tudo isso concorre para uma equação de risco. Ele tem uma visão, é o CIO, se quisermos, o Chief Information Officer, ou CTO, Chief Technology Officer, e o Chief Risk Officer também do grupo. Esses dois papéis hoje estão no VP.

COP 30: transporte sustentável

VC – Essa questão de economia com energia que você trouxe, de fazer essa transição para energia renovável, tem relação com essa parceria com Neoenergia, lá no Nordeste? 

MS – Essa foi uma das parcerias que já anunciámos, é uma JV (joint venture), um projeto conjunto de participação da CCR num parque eólico do grupo Neoenergia, no Piauí. Nós somos sócios em três SPEs desse parque eólico e, com isso, suprimos 60% dos nossos volumes de energia elétrica. E agora estamos trabalhando nos restantes 40% com outros instrumentos, como geração distribuída, enfim, outros projetos que estamos trabalhando para os restantes 40%, mas 60% já são supridos por esse projeto.

VC – Esse ano é ano de COP 30, está essa loucura no Brasil. Tem muita gente falando das oportunidades que existem. Vocês vão marcar presença de alguma forma ou tem alguma expectativa de vocês?

MS – Nós temos um projeto, criamos internamente uma Task Force COP30, CCR COP30, temos um grupo de trabalho que está trabalhando em contínuo na preparação para a COP30, temos uma série de projetos, fizemos o ano passado participação no TED de Amazônia, temos uma série de participações externas em grupos de trabalho etc. 

Mas eu diria que o destaque da nossa estratégia para a COP30 é uma coalizão que nós ajudámos a formar uma coalizão de transportes, CCR juntamente com o CBEDS e com o Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável, com uma participação também muito relevante da CNT, da Confederação Nacional dos Transportes, com o apoio de consultores externos, até do Boston Consulting, nós montámos uma coalizão que representa mais de 50 associações e empresas do setor dos transportes em todas as verticais do transporte, na parte rodoviária, ferroviária, hidroviária, aeroportuária, cabotagem e numa vertente transversal de infraestrutura, de multimodalidades. Nós estamos trabalhando é para fazer uma proposta ao governo brasileiro sobre aquilo que são as grandes linhas de atuação de descarbonização do setor dos transportes. O setor dos transportes representa 10%, 12% das emissões nacionais, portanto, é um setor relevante para a descarbonização.

É um setor que, se nós não fizermos nada, ele vai ter um aumento, até 2050, de 60% de emissões, com o crescimento do País e com o desenvolvimento de todos os modais de transporte. Portanto, há uma necessidade de encontrar aquilo que são as alavancas para ajudar o setor dos transportes a descarbonizar-se. Eu diria que a principal atuação que o Grupo CCR vai desenvolver, é essa participação nessa coalizão de transporte, em que nós, juntamente com outras 50 empresas e 50 associações setoriais, vamos fazer uma proposta coordenada, articulada, para que o Brasil apareça de uma maneira única, integrada e não com vozes dissonantes, com um debate sobre o que é melhor para políticas e o que são as prioridades para o setor dos transportes como um todo. 

VC – E essa junção de pensar, isso daqui que você trouxe das associações, pensar propostas conjuntas, é muito que eu acredito. A gente não vai ter um mundo mais sustentável e tecnológico sem soluções coletivas.

MS – Sem dúvida, Vitor. E é o ODS 17. Você não consegue fazer nada sem uma rede ampla de parcerias, conectadas na sociedade civil, conectadas com a academia, com o mundo associativo, com o mundo empresarial, com o poder público. Portanto, tem que todo mundo estar, aquela expressão inglesa, all hands on deck, todas as mãos no deck do navio. Portanto, é isso que nós estamos a tentar trabalhar, é juntar esforços para que uma voz isolada possa ter muito mais poder quando faz parte de um todo, do que com diálogos separados, segregados. 

VC – No seu livro, Gigante pela própria natureza, você fala muito dessa possibilidade do Brasil ser a superpotência ambiental, influenciar essa agenda da economia de baixo carbono e até a busca por uma sociedade mais justa. Com tudo isso que você vê acontecendo no setor privado, com o COP esse ano, o Brasil voltando para o centro das atenções, você acha que estamos no caminho certo?

MS – Eu acho que sim, Vitor. Eu acho que o Brasil, desde logo, ele nasce, e o título do livro é ‘Gigante pela própria natureza’. Portanto, o Brasil nasce gigante nessa pauta. Ou seja, mesmo que o Brasil não quisesse, ele já é gigante. Já é uma superpotência. E eu gosto muito de dar alguns exemplos desse gigantismo. O Brasil tem a maior floresta tropical do mundo, o Brasil tem 20% de toda a biodiversidade mundial. Imagina o que é um país, Vitor, que tem um quinto, o mundo tem 200 países, mas há um país único no mundo que tem um quinto da biodiversidade mundial. Esse país tem 15% de toda a água potável do mundo. 

Há um país no mundo que tem 90% da sua matriz energética, geração de energia elétrica, renovável, uma das grandes economias do mundo. Não é um país pequeno, não é uma ilha perdida no Pacífico. É uma das maiores economias do mundo, tem 90% da sua matriz energética gerada com fontes renováveis. Este país, para além da biodiversidade, este país tem sociodiversidade. É um país que tem 300 etnias. Portanto, você imagina, a China é o país maior do mundo em termos populacionais, tem 1.3 bilhão de habitantes, 6 vezes maior que o Brasil. O Brasil tem 200, a China tem 1.3 bilhão. Pois a China tem 6 vezes menos etnias que o Brasil, tem 56 etnias, o Brasil tem 300. Portanto, é 6 vezes menor e tem 6 vezes mais etnias do que tem a China, que é um país maior em termos populacionais. Portanto, uma cultura, um poder cultural enorme. O Brasil tem 175 línguas, que é uma coisa que às vezes as pessoas nem se atentam. 

Além do português, que é a língua oficial, tem 175 línguas. Portanto, é uma potência, eu costumo dizer, o Brasil é o epicentro de um novo humanismo ecológico. Uma maneira diferente de pensar o homem e a ecologia que deixa de ser tão antropocêntrica, que é só o homem, e passa a ser ecocêntrica, a ecologia no centro. Nós temos que viver em harmonia com a ecologia, temos que viver em harmonia com o mundo à nossa volta, e eu acho que o Brasil, enfim, mesmo que não queira, já está nessa equação o caminho, a jornada que está fazendo, a COP30 vai ser mais um coroar dessa jornada, eu estou próximo dessa agenda, junto do embaixador André Correio do Lago, presidente da COP, e muito emocionado com aquilo que é o papel que o Brasil pode ter neste diálogo mundial e numa altura em que a grande potência mundial, os Estados Unidos da América, decidiram, de uma forma unilateral, abandonar esta pauta, surge ainda um papel mais relevante para o Brasil.

No momento em que os Estados Unidos da América, a maior economia mundial, decidiu não ser um apoiador direto desta pauta, acho que temos aqui uma oportunidade maior ainda de surgir como o grande catalisador de uma agenda de transformação ecológica uma agenda que garante harmonia entre o homem e a natureza, o homem não é contra a natureza, o homem faz parte da natureza, é um elo fundamental da natureza e, se não cuidar disso, a natureza vai se refletir naquilo que é o nosso equilíbrio, e infelizmente estamos a ver isso desde o início do ano, se vejam os eventos climáticos que já ocorreram no Brasil. 

O ano passado, com as cheias no Rio Grande do Sul, este ano com os eventos aqui em São Paulo, as inundações, ondas de calor, tivemos agora nos últimos dias ondas violentíssimas de calor, e isso infelizmente vai passar a ser a norma. Temos que nos preparar também de uma maneira muito realista para esse impacto. A mudança climática já chegou, a agenda de mitigação é importante. A agenda de adaptação é tão importante como a de mitigação. Temos que nos preparar para receber esse impacto e para estarmos mais resilientes para o mundo que mudou. 

*A entrevista foi realizada antes da aprovação da mudança de nome do Grupo CCR para Motiva.

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