Abertura Web Summit Rio 2025

A ministra da ciência e tecnologia Luciana Santos roubou a cena na abertura do Web Summit Rio 2025. Em uma noite morna, com pouca empolgação e discursos mais protocolares, ela falou sem auxílio de teleprompter e mostrou desenvoltura ao discutir pontos cruciais para o desenvolvimento das competências e aproveitamento desse momento de revolução tecnológica por parte do Brasil.

Luciana lembrou que é preciso garantir que pessoas e empresas estejam envolvidas em tudo que esteja relacionado à inovação e frisou que “não há projeto de futuro sem incluir o país nas cadeias complexas globais”. Esse aumento da complexidade econômica do Brasil é defendido por diversos especialistas em tecnologia e inovação e tem sido apontado como crucial para o país ter algum tipo de participação nas cadeias de valor e não se limitar a ser mero fornecedor de matérias primas. 

“Vivemos transformações radicais que impulsionam inovações disruptivas e moldam o futuro. Inteligência artificial, biotecnologia, robótica redesenham as fronteiras do possível e do impossível”, comentou a ministra. Ainda em sua fala ela defendeu a regulação das redes, a sustentabilidade e a inclusão digital como temas centrais, lembrou da necessidade de mais alianças entre empresas, startups e governos e ressaltou alguns programas de financiamento, como o de R$ 470 milhões voltados para startups por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e os R$ 23 bilhões para o Plano Nacional de Inteligência Artificial.

Também presente na abertura, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, falou sobre planos para transformar a capital fluminense em um grande hub de data centers com energia renovável, o que viria ser o principal hub da América Latina, e aproveitou o momento para anunciar a renovação do contrato para abrigar o Web Summit na cidade por mais 5 anos.

As conversas que seguiram a fala inicial do fundador do evento Pad Cosgrave e das autoridades políticas trouxeram conteúdo interessante, mas sem empolgar a audiência, tanto que muitos deixaram o local antes mesmo da participação do diretor-geral da Rede Globo, Amauri Soares. A energia vista em anos anteriores ou nas edições de Lisboa fez falta no Web Summit Rio.Soares falou sobre as possibilidades que a TV 3.0 deve trazer ao país, principalmente em interatividade e personalização de conteúdo, e abordou um tema que crítico para os tempos modernos que são as notícias falsas. O executivo lembrou que é preciso um trabalho coordenado para mostrar as diferenças entre fato e fake e entre informação e opinião. “As pessoas confundem e muitas procuram por jornalismo profissional para entender diferença, esse movimento tem atraído jovens para o jornalismo. Mas todos como sociedade temos de dividir essa responsabilidade entre diferenciar fato fake, opinião, informação, verdade e realidade paralela.”

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