Brasil afetado por trojans
Foto: KeepCoding/Unsplash

O Brasil foi o principal alvo de trojans bancários na América Latina, respondendo por 61% das detecções registradas na região em 2024, segundo o ESET Security Report 2025. O índice representa um crescimento de cerca de 15% em relação ao ano anterior, refletindo o aumento da sofisticação dos ataques e a atratividade do mercado financeiro nacional.

Os trojans bancários são malwares criados para roubar credenciais financeiras, como logins e senhas de internet banking, e monitorar transações em tempo real. Eles se espalham por campanhas de phishing, instaladores falsos e downloads disfarçados em sites comprometidos. “O resultado é uma pressão adicional sobre bancos e empresas, que precisam aumentar seus investimentos em segurança digital para preservar a confiança de clientes e parceiros”, explicou em comunicado Daniel Barbosa, pesquisador de segurança da ESET Brasil.

A expansão de sistemas como PIX, carteiras digitais e open finance aumenta a superfície de ataque, tornando o país um alvo estratégico para grupos criminosos especializados. Entre julho de 2024 e junho de 2025, cerca de 24 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes financeiros envolvendo PIX ou boletos, resultando em prejuízo estimado em quase R$ 29 bilhões, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Impactos econômicos e estratégicos

O efeito das ameaças digitais vai além das perdas diretas com fraudes. Para o setor financeiro, há aumento de custos com cibersegurança, seguros contra riscos digitais e exigências regulatórias mais rigorosas. Empresas de outros segmentos também enfrentam impactos na continuidade de negócios e na confiança de clientes quando credenciais são comprometidas.

O levantamento da ESET revela que uma em cada quatro empresas brasileiras sofreu ciberataques no último ano. Entre as vítimas de vazamento, sequestro ou destruição de dados, uma em cada cinco reportou consequências graves, incluindo ações judiciais, quebra de contratos e paralisação de operações.

Apesar do cenário, 73% das companhias ainda não contrataram seguros cibernéticos e menos da metade realiza treinamentos estruturados em segurança digital, apontando uma lacuna entre percepção de risco e preparação prática. “É preciso criar uma cultura de segurança em que colaboradores e consumidores sejam capazes de identificar golpes, adotar boas práticas e compreender que proteção digital é um componente estratégico da economia”, conclui Barbosa.

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