
Mais que ser uma referência em moda e estilo e de entregar a melhor experiência possível para seus clientes, a Renner quer ser reconhecida como um grupo de moda responsável. E ao que tudo indica, a gigante nacional está no caminho para isso. Atualmente, 80% das roupas vendidas pela empresa já possui algo de sustentabilidade em seus processos. Além disso, mais de 96% dos produtos de algodão Renner e Ashua (outra marca do grupo) são fabricados com algodão certificado.
Os fetos da empresa não param por aí, como compartilhou Eduardo Ferlauto, diretor de sustentabilidade da Lojas Renner. 92% dos produtos de viscose também possuem certificados e 100% dos jeans comercializados não utilizam substâncias químicas restritas em seus processos. Os números integram uma corrida da empresa para atender a grandes compromissos públicos para 2030: incorporar princípios de circularidade no desenvolvimento de produtos, serviços e modelos de negócio; investir no desenvolvimento de matérias-primas têxteis circulares regenerativas, garantindo 100% das principais matérias-primas mais sustentáveis; e eliminar embalagens plásticas das lojas físicas e do e-commerce que não podem ser reutilizadas ou recicladas pelos clientes.
O trabalho realizado pela Renner ressoa também em seus parceiros de negócio. Atualmente, 100% dos fornecedores de jeans são certificados na metodologia Pegada Hídrica e 100% da cadeia de fornecimento de revenda possui certificação socioambiental. Existe um trabalho de diálogo constante com todos os elos da cadeia.
Chegar a esses resultados, no entanto, não é tarefa simples. “Eu lembro a primeira vez que a gente colocou (a meta de) 5% dos produtos mais sustentáveis. A nossa equipe achava que não tinha como conseguir, porque a gente não tinha uma cadeia de fornecimento para fazer 5% dos produtos mais sustentáveis”, relembrou Ferlauto, em fala durante o Gramado Summit. Nesse momento, a empresa entendeu a necessidade de conversar com a rede de parceiros já que, sozinha, dificilmente atingiria tais objetivos.
Além da sustentabilidade
O trabalho da Renner em ESG vai além da sustentabilidade. Em diversidade, pauta que tem sentido ventos hostis nos últimos meses, segue recebendo atenção e os números atuais refletem o esforço da empresa em tornar o ambiente mais diverso e reflexo da sociedade nacional. Entre os feitos em diversidade, destacam-se:
– 65% de mulheres no total de colaboradores;
– 61,9% dos cargos de liderança ocupados por mulheres;
– 23% das pessoas em cargos de liderança se identificam como LGBTQIAP+;
– 48,5% dos colaboradores se identificam como negros;
– 34,4% dos cargos de liderança são ocupados por pessoas negras.
Os números positivos não parecem acomodar a empresa. No grupo de metas para 2030, por exemplo, existe a busca por chegar até lá com 50% de pessoas pretas e pardas em posições de liderança. “A gente quer ampliar, não só por um critério de inclusão, de representatividade, mas é porque a gente quer também ampliar dentro do nosso portfólio de serviços a amplitude que a gente pode conseguir através da penetração dentro desses grupos.”
Estratégia de negócio
Assim como outras empresas que o Coletivo Tech tem ouvido e que contam com uma estratégia exitosa em sustentabilidade, a exemplo de Bradesco, Motiva (CCR), Odontoprev, Scania e Syngenta, a Renner encontrou esse caminho ao assumir o tema como parte da estratégia corporativa. Como lembrou Ferlauto, o tema foi incluído nos valores da empresa há mais de 10 anos. “E não só nos valores, mas, também, nas metas para os nossos executivos”, ressaltou.
O Grupo Renner conta hoje com mais de 25 mil colaboradores distribuídos entre Lojas Renner, que passam de 400 pontos espalhados pelo Brasil, Camicado, Youcom, Ashua, Realize e Repassa, esta última, especificamente, complementa a estratégia de sustentabilidade e a visão de circularidade, já que é focada na venda de peças usadas.
Outro ponto importante, em termos estratégicos, está a transformação do negócio dentro do ecossistema brasileiro. O diretor de sustentabilidade afirmou que 70% das compras da empresa acontecem em território nacional, assim, ao trabalhar os aspectos de sustentabilidade e circularidade com seus parceiros, sendo a maior parte deles nacionais, isso contribui para o aprimoramento da indústria local.
“Quando a gente fala desse pilar aqui em a gente conseguir descarbonizar o nosso negócio, a gente está falando de uma indústria centenária que tem como base de matéria prima o algodão e o poliéster, né? Essa condição de descarbonizar o negócio passa por a gente conseguir aumentar e amplificar a nossa penetração na cadeia, chegar lá na fazenda, porque é lá que está a pegada de carbono, é lá que está a solução também”, pontuou.
Sem comentários registrados