Um dos tópicos bastante discutido no palco Startups, durante o Slush 2025, esteve relacionado ao avanço das healthtechs. Diversas soluções prometem uma revolução na relação entre pacientes e dados de saúde. Entre os conteúdos acompanhados pelo Coletivo Tech, separamos os de duas startups que atacam gargalos e todas elas têm como ponto central da estratégia a coleta e análise de dados. Do monitoramento individualizado e não invasivo à neurotecnologia, o futuro que aponta é para uso de dados em tempo real para garantir ação personalizada. Confira os casos que separamos:
Level Zero: monitoramento hormonal contínuo como novo básico

Liderada pela CEO e cofundadora Ula Rustamova, a Level Zero Health está no caminho para democratizar o acesso a uma das informações mais fundamentais do corpo: os hormônios. Hoje, monitorar hormônios é um processo invasivo, exigindo idas ao laboratório para exames de sangue que fornecem apenas um único ponto de dado para algo que é inerentemente volátil.
A Level Zero quer virar esse jogo. A empresa está desenvolvendo o que serão os primeiros dispositivos de monitoramento hormonal em tempo real. Seu produto é um dispositivo contínuo (um adesivo similar aqueles que monitoram glicose) que se usa no braço e utiliza sensores baseados em DNA para monitorar hormônios continuamente.
Na visão de Ula, o potencial para os pacientes no dia a dia é imenso:
- Substituição do Sangue: A tecnologia utiliza fluido intersticial, que espelha o sangue, permitindo que a coleta seja não invasiva e eliminando a necessidade de idas ao laboratório.
- Apoio à Fertilidade: Para casos de fertilização in vitro (IVF) e congelamento de óvulos, onde a medição hormonal é necessária diariamente (às vezes em mais de uma ocasião ao dia), a tecnologia da Level Zero simplifica radicalmente o processo.
- Tratamentos Personalizados: Essa coleta de dados contínua e precisa (que já demonstrou detectar cortisol, testosterona, estrogênio e progesterona em faixas clínicas) irá desbloquear planos de tratamento individualizados para menopausa, terapia de reposição hormonal (TRH) e contracepção.
- Empoderamento: O objetivo final é tornar dados fundamentais sobre o corpo, como hormônios, tão disponíveis quanto a frequência cardíaca ou a contagem de passos, movendo o cuidado da clínica para casa, dando ao paciente agência sobre seus dados.
Samphire: neurotecnologia para a saúde reprodutiva feminina

A Samphire, com a CEO e cofundadora Emile Radyte, está focada na neurotecnologia para mulheres. A empresa enfrenta um problema estruturalmente negligenciado: o custo e o sofrimento associados aos anos reprodutivos da mulher, que resultam na perda de cerca de 20.000 horas de tempo produtivo.
O insight crucial da Samphire é que quatro das cinco principais queixas de saúde reprodutiva não são físicas, mas sim mentais e cognitivas — pense em fadiga, irritabilidade e dificuldade de tomar decisões. A indústria farmacêutica, avalia Emile, tem ignorado amplamente esses sintomas cognitivos.
A solução que ela propõe é a Nettle, uma tiara vestível que atua por meio de estimulação cerebral. Uma vez acionado, o dispositivo pode trazer benefícios como:
- Alívio Duplo: o tratamento, usado por apenas 20 minutos por dia nos 5 dias que antecedem o período menstrual, melhora o humor e reduz a dor associada ao período.
- Eficácia Superior: em testes clínicos, a Nettle superou todas as opções atualmente disponíveis no mercado para dor e humor menstrual, incluindo analgésicos, antidepressivos e contraceptivos hormonais.
- Personalização Ciclo-Sincronizada: por meio do aplicativo Samphire, a tecnologia Cycle Sync sincroniza o tratamento ao ciclo individual da mulher, adaptando-se às suas condições e à medida que os sintomas mudam (por exemplo, na perimenopausa).
- Parceria para a Vida: ao resolver essa dor, a Samphire busca ser parceira das mulheres ao longo dos 30 a 40 anos de condições ginecológicas crônicas, oferecendo soluções contínuas e baseadas em dados.






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