A energia renovável tem ocupado cada vez mais espaço no debate público e ganhado força nas nas tratativas governamentais e privadas em busca de uma geração mais limpa. A transição para a energia limpa, no entanto, ainda apresenta desafios como geração intermitente de algumas fontes (eólica, por exemplo) e a demanda 24 horas por dia. De olho nesse desafio, diversas empresas tentam desenvolver sistemas capazes de armazenar esse tipo de energia por um longo período.

Uma dessas soluções é da canadense Hydrostor. A empresa usa ar comprimido e água para armazenar energia em cavernas de rocha subterrâneas, com componentes de operações de mineração.

O A-CAES (Advanced Compressed Air Energy Storage – Armazenamento Avançado de Energia de Ar Comprimido, em tradução livre), como é classificada a técnica, consegue reter por oito horas ou mais a energia gerada por fontes renováveis, como eólica ou solar. Um vez que estas fontes geram energia apenas para consumo imediato, o A-CAES consegue prolongar o tempo de utilização desta energia. Isso amplia possibilidade, como, por exemplo, utilizar durante a noite a energia produzida durante o dia por placas solares.

Esta tecnologia de armazenamento com ar comprimido funciona da seguinte forma: usando a energia renovável em um compressor é produzido ar comprimido quente; o calor é extraído e armazenado em tanques termais na superfície; o ar comprimido, agora frio, é colocado em cavernas rochosas subterrâneas que estão cheias de água – com a entrada do ar, a água sobe para a superfície e fica em um reservatório. Quando é necessário uso da energia, faz-se o processo inverso: pela força da gravidade coloca-se a água de volta na caverna fazendo o ar comprimido subir para a superfície, o ar passa pelo tanque termal para reaquecer e, então, move uma turbina gerando eletricidade.

Apesar de ser um sistema relativamente simples do ponto de vista da engenharia, ele somente consegue ser instalado onde existam grandes rochas subterrâneas (como em regiões montanhosas), o que limita seu uso em qualquer localidade. Em contraponto, o baixo impacto ambiental, economia, vida útil longa das instalações (50 anos) e zero emissões de carbono na operação contam a favor desta iniciativa.

Desde 2019, a empresa tem uma unidade em funcionamento do Canadá que consegue armazenar 2 MegaWatts de energia. Outros dois projetos estão em andamento: um na Austrália e outro nos Estados Unidos.

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