O Serviço Social da Indústria de São Paulo (SESI-SP) lançou uma plataforma de estudos com inteligência artificial para ampliar o aprendizado dos alunos fora da sala de aula. Desenvolvida com tecnologia da Microsoft, a ferramenta oferece um tutor virtual capaz de adaptar conteúdos ao ritmo, preferências e dificuldades de cada estudante, promovendo uma experiência de ensino mais personalizada e eficiente.

Destinada a alunos do Ensino Fundamental e Médio, a plataforma já está ativa nas 140 escolas do SESI no estado, atendendo cerca de 36 mil jovens, com mais 3 milhões de interações mensais. A iniciativa complementa os planos de aula dos professores e permite que os estudantes avancem em seu próprio ritmo.

Tutor de IA já integra rotina

A tecnologia já é utilizada pelo SESI-SP desde 2019, com o objetivo de criar tutores personalizados a partir de modelos avançados de IA. A solução, chamada LEIA, foi construída com base no Microsoft Azure OpenAI Service e Copilot Studio, utilizando o material didático da instituição como referência. Isso garante respostas confiáveis e alinhadas ao conteúdo lecionado em sala de aula.

“O SESI-SP busca adotar ferramentas que os alunos já conhecem e utilizam fora da sala de aula e agregar a elas funções didáticas, com o devido controle e a curadoria da instituição e atendendo a um de seus principais objetivos: promover um ambiente de ensino que atenda às necessidades específicas de cada um dos estudantes da rede”, explicou em comunicado Luis Fernando Quintino, supervisor técnico educacional do SESI-SP.

Em São José dos Campos, a IA já faz parte da rotina de 768 alunos da unidade. “O uso da LEIA ajuda bastante. Em vez de ficar esperando o próximo dia para tirar dúvidas, você tira em casa. Já chega na aula tendo uma ideia da matéria que a gente está aprendendo. Isso acelera o processo de aprendizagem”, contou em comunicado Noêmi Teixeira Marchesi, do 2º ano do Ensino Médio.

Personalização e gamificação

A plataforma personaliza o ensino a partir de um questionário inicial sobre preferências de estudo, formatos de interação e interesses do estudante. Com base nesses dados, a ferramenta gera indicadores que ajudam professores a identificar dificuldades e orientar intervenções pedagógicas. “Quando percebo que o aluno tem dificuldade, muitas vezes o problema não está no conteúdo que eu estou dando em sala de aula, mas em um conteúdo anterior”, detalhou também em comunicado Ana Maria Macedo Anjos, professora de Matemática.

Além de acompanhar o progresso individual, a plataforma é gamificada, oferecendo recompensas digitais para estimular o engajamento. Também auxilia na preparação para vestibulares por meio do PraticAÍ, que cria trilhas de exercícios focadas em provas como o Enem.

“Levar tecnologias avançadas para dentro e fora da sala de aula disponibiliza aos professores recursos que apoiam a evolução do processo de aprendizagem e aos alunos uma ferramenta adicional para aprender”, ressaltou em nota Bruno Pavan, diretor Nacional de Setor Público da Microsoft Brasil.