A mudança climática alcançou patamares inéditos, sendo ano de 2024 o mais quente dentre os 175 anos de registros historicos. Já a concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO2) está entre as altas dos últimos 800 mil anos, enquanto a última década concentra as temperaturas médias mais altas.
O relatório State of the Global Climate, publicado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), alerta para um cenário climático desafiador. Essa emergência climática aumenta ainda mais a importância da COP30 no Brasil como oportunidade para realizar acordos climáticos efetivos para frear as emissões e proteger os mais pobres.
“Os sinais claros de mudanças climáticas induzidas pelo homem atingiram novos pem 2024”, apontou o relatório que também indica que esse provavelmente foi o primeiro ano civil no qual a temperatura média terrestre superou 1,5 °C acima da média pré-industrial, o limite definido pelo Acordo de Paris.
As temperaturas, contudo, são apenas “uma pequena parte de um quadro muito maior”, pontuou o relatório. As 18 menores extensões de gelo marinho do Ártico foram registradas nos últimos 18 anos, enquanto as três menores extensões de gelo na Antártida nos últimos três.
A maior perda de massa glacial mapeada em três anos ocorreu nos últimos três. Como reflexo, a taxa de elevação do nível do mar dobrou desde que o início do monitoramento por satélite.
A elevação das temperaturas e seus desdobramentos no desequilíbrio de eventos climáticos, como a ocorrência de chuvas mais intensas, secas mais prolongadas, inumdações e ciclones, ocasionaram grandes impactos sociais e econômicos. O estudo indica que o ano de 2024 concentrou os maiores deslocamentos populacionais nos últimos 16 anos, com resultado na acentuação das crises alimentares e grandes perdas econômicas. Esses impactos atingem de forma desproporcional as populações mais vulneráveis e pobres.
Como exemplo, o relatório mencionou as enchentes no Rio Grande do Sul. “Chuvas fortes e persistentes resultaram em inundações de grandes partes da cidade de Porto Alegre e muitas áreas vizinhas com efeitos significativos na agricultura e pesca, bem como mais de 200 mortes”.
Apesar da situação alarmante, o estudo aponta caminhos para frear o aquecimento global até 1,5° C neste século. “Embora um único ano acima de 1,5°C de aquecimento não indique que as metas de longo prazo do Acordo de Paris estejam fora de alcance, é um alerta de que estamos aumentando os riscos para nossas vidas, economias e para o planeta”, declarou a secretária-geral da OMM.
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