imagem da mina Brucutu (MG)

Projetos de economia circular têm ganhado força Brasil afora. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que, em 2024, 85% das indústrias brasileiras adotavam alguma prática que se encaixava no conceito. O movimento ganha reforço na mineração a partir de uma aliança recém-anunciada entre a Vale e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

O foco da parceria está no desenvolvimento de soluções inovadoras de economia circular na mineração, que visem mais sustentabilidade na produção de minério de ferro. Em comunicado, o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, avalia que existe um potencial de atingir 10% da produção de minério de ferro em fontes circulares até 2030.  

Inicialmente, a previsão investimentos é da ordem de R$ 6 milhões para a criação e consolidação do Colab Mineração Circular. O trabalho focará na identificação, incubação e aceleração de soluções que promovam reaproveitamento de rejeitos, estéreis e demais resíduos das operações de mineração. A estrutura será aberta a empresas, universidades, empreendedores, governo, fundos de investimento e comunidade, na busca por criar um ecossistema robusto e integrado. 

Atualmente, a Vale já produz minério de ferro proveniente do reaproveitamento de estéreis e rejeitos. No ano passado, o volume foi de 12.7 milhões de toneladas. Mas diante do impacto da mineração no meio ambiente (trata-se de uma indústria responsável por até 7% das emissões globais), o esforço precisa ser maior, por isso, a meta inicial da empresa de chegar a 10% da produção no modelo circular até 2030. A produtora entende que os resultados têm sido promissores o que mostra ser possível “unir produção de alta qualidade com práticas cada vez mais sustentáveis”. 

Entre os exemplos de mineração circular que a empresa divulga estão:

  • Em Minas Gerais o reaproveitamento do material das pilhas de estéril da mina Serrinha;
  • No Pará, a operação Gelado, que prevê o reaproveitamento de 138 milhões de toneladas de rejeitos de minério de ferro da barragem de Carajás; e
  • A criação da empresa Agera, que trabalha no desenvolvimento do negócio de areia sustentável, produzida a partir do tratamento de rejeitos. Com menos de dois anos de operação, a Agera já comercializou mais de 2 milhões de toneladas do material.

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