
No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quinta-feira (5), o estado de São Paulo avança em sua estratégia de transição energética. Por meio da Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o governo selou um acordo com a World Biogas Association (WBA) para estabelecer políticas, regulamentações e padrões para impulsionar a indústria do biogás e biometano em São Paulo.
O anúncio também veio acompanhado do lançamento de um aplicativo que busca conectar o ecossistema do biometano. A parceria entre Semil, Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e InvestSP, agência de promoção de investimentos atrelada à SDE, resultou na plataforma Conecta Biometano SP.
O aplicativo visa simplificar a conexão entre os atores da cadeia de biogás e biometano para o desenvolvimento de novos projetos. O app já está disponível gratuitamente para download nas lojas virtuais Google Play e Apple Store.
Esse combustível renovável é uma grande aposta de São Paulo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). O estado é o maior produtor brasileiro de etanol, cuja produção resulta na vinhaça, resíduo utilizado como matéria-prima para a fabricação do biometano.
Transição energética e certificação estadual
Ambas iniciativas integram os compromissos de São Paulo para ampliar o uso de energias renováveis, mitigar emissões de gases de efeito estufa e promover a produção de combustível com menor pegada de carbono. Desse modo, o acordo de cooperação internacional posiciona o biometano como uma importante fonte para a transição energética no estado aliada à economia circular.
A secretária da Semil, Natália Resende, considerou a parceria um importante marco no fortalecimento da indústria de biogás e biometano no Estado: “reflete o compromisso de São Paulo com a inovação sustentável e com a agenda global de mudanças climáticas”. Ela também explicou, em nota, que a WBA trabalhará para fortalecer as iniciativas de incentivo às políticas de produção e uso de biometano a partir da geração de renda, emprego e novos negócios.
De acordo com a Semil, o Estado de São Paulo vem avançando recentemente na agenda de incentivo ao uso e produção de biometano e biogás. No ano passado, durante a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, participou de reuniões bilaterais com organizações internacionais para promover o setor, o que refletiu em um novo acordo de cooperação técnica com o instituto de pesquisas World Resources Institute Brasil (WRI Brasil).
A colaboração visa a criação de um certificado de garantia do biometano que garantirá rastreabilidade e a integridade ambiental do produto em toda a cadeia. O sistema, inédito no país, reconhece o ativo ambiental do biocombustível no inventário de compensação das empresas.
Metas de descarbonização e novos negócios
O Estado de São Paulo assumiu o compromisso de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, conforme o Plano Estadual de Energia 2050 (PEE 2050), um dos instrumentos da estratégia climática paulista. O biogás e o biometano entram em cena como ativos estratégicos, promovendo benefícios ambientais, sociais e econômicos, incluindo o estímulo a economias circulares, a redução de (GEE) e a diversificação da matriz energética.
Esta também é uma grande oportunidade para o setor do agro, especificamente o sucroenergético, uma vez que de 80% do potencial de produção de biometano é atribuído às usinas de açúcar e etanol, a partir da vinhaça. “O objetivo é introduzir no mercado soluções inovadoras para impulsionar a produção potencial de 6,4 milhões de metros cúbicos por dia”, acrescentou Marisa.
Para o presidente da InvestSP, Rui Gomes, o aplicativo Conecta Biometano SP fortalecerá a cadeia de suprimentos do biometano, incentivando a geração de negócios. A ideia é garantir que o setor privado seja um parceiro estratégico do poder público na busca por uma matriz energética cada vez mais limpa e sustentável, disse.
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