Discutir futuro e seus desafios passa por entender a relação de interdependência entre governo, empresas, academia e sociedade civil. Crise climática, por exemplo, afeta a todos, mesmo que em menor ou maior grau e em escala de tempo diferentes. Esse futuro que tanto se discute nas empresas e que deveria ser mais bem discutido por governos, passa, invariavelmente, como lembra Dan Ioschpe, Chair do B20 e presidente do conselho da Iochpe-Maxion, por: descarbonização, digitalização e segurança alimentar. 

A fala do executivo aconteceu durante webinar promovido pela Deloitte em dezembro de 2024, que tinha como tema Ampliação dos programas de integridade: promovendo um futuro ético e sustentável. O relato de Ioschpe em boa parte levou em consideração a reunião de empresários no âmbito do B20 e as 24 recomendações elaboradas pelo grupo e enviadas para incorporação no relatório final do G20. O empresário lembrou que 15 das 24 foram incluídas integralmente, outras 7 de forma parcial e apenas 2 ficaram de fora. 

A interconexão dos temas ganhou destaque quando Ioschpe falou sobre o consumo de energia crescente por conta dos processos de digitalização. “Se não tratarmos digitalização sob o olhar da sustentabilidade, vamos piorar a crise climática. Ao mesmo tempo, digitalização e inteligência artificial são fundamentais para avançar em produtividade e qualidade de vida das pessoas ao redor do mundo.”

Assim como digitalização está correlacionadas com a sustentabilidade e a melhora de qualidade de vida das pessoas (afora ganhos de produtividade), a segurança alimentar também está ligada à sustentabilidade. “Temos 1 quarto da população global em risco alimentar e não resolveremos sem as ações de sustentabilidade”, pontuou o Chair do B20.

Posição privilegiada

Para o empresário, a reunião do B20 mostrou avanços em relação aos encontros anteriores, mostrou uma posição de destaque do Brasil na organização desse tipo de fórum e deixa um legado não apenas global, mas para o País. “Desplugamos os executivos de fora e selecionamos 10 temas para nosso desenvolvimento acelerar e apresentamos à Confederação Nacional da Indústria (CNI). Vamos entregar o documento também ao governo, federações e entidades privadas para acelerar nosso desenvolvimento. E os temas passam por descarbonização, digitalização, sub-representação, compliance e segurança alimentar”, detalhou.

O Brasil está em posição de tirar muito proveito dessa agenda, seja por sua biodiversidade, matriz energética ou mesmo pelos desafios que se apresentam em todo território. Aproveitar o momento, no entanto, requer um ação conjunta e conversas frequentes entre os mais variados setores, sobretudo, na busca de consenso em torno de temas macro. Recentemente, no Web Summit Lisboa, onde diversos conteúdos trataram da emergência climática, uma das frases que ecoavam era: é mais barato salvar o planeta que deixar um catástrofe acontecer. 

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