pessoas ESG

Pese a importância estratégica atribuída ao ESG por 61% das empresas, apenas 39% das corporações possuem um departamento dedicado ao tema. Os dados são do Estudo de Sustentabilidade, produzido pela BDO Brasil. Outro ponto trazido pelo relatório é que apenas 37% das companhias publicam relatórios de sustentabilidade anualmente. 

A sigla ESG de forma geral tem sofrido desgaste nos últimos anos, antes mesmo de o atual governo norte-americano criticar ações de sustentabilidade ou diversidade. Acusações de greenwashing ou mesmo ações desconectadas com a estratégia do negócio contribuíram para essa situação. Nos últimos 12 meses, o que se assistiu foi um investimento menor nessa frente, como diversos recuos em projetos de diversidade.

Afora os ventos hostis, a falta de conhecimento sobre os temas que envolvem ESG e de como mensurar resultados da melhor forma impactam. O documento da BDO Brasil, por exemplo, avalia que para reduzir a defasagem apurada no estudo, as empresas buscam por inserir o tema ESG em treinamentos de compliance, o que facilitaria o domínio dos aspectos técnicos e regulatórios da área por parte dos colaboradores.

Em recente conversa com o Coletivo Tech, por exemplo, a head global de ESG da Ci&T, Cinthia Oliveira, ressaltou a importância desses treinamentos para ampliar a consciência, dar visibilidade às ações e mostrar o tema como algo transversal nas empresas. Outro ponto ressaltado é a importância de se incutir esses pontos na estratégia e na cultura da organização, como lembrou a diretora de RH e sustentabilidade do Bradesco, Silvana Machado, também em entrevista a este canal. 

Além do ambiente global mais hostil ao tema e da falta de conhecimento, o estudo da BDO Brasil mapeou outras barreiras que impedem o avanço da pauta ESG: existência de outras prioridades estratégicas, citada por 69% dos respondentes; dificuldade de disseminação da estratégia entre os colaboradores (23%); e questões orçamentárias ou capilaridade de captação (8%).

Governança 

Os dados refletem também algumas inconsistências dentro das 150 empresas avaliadas. Ao mesmo tempo em que menos da metade dessas companhias mantém diálogo sobre uso consciente de água com os funcionários e 65% não controlam as emissões de gases de efeito estuda por meio de inventário, temos 74% delas que demonstram preocupação em comprar prioritariamente materiais recicláveis e 63% que realizam separação de todos os componentes de resíduos para destinação correta. 

Quando o assunto é governança, ponto que tem ganhado destaque nos debates, não só por ESG, mas por inteligência artificial e todas as transformações pelas quais as empresas estão passando, 61% das empresas dizem que boas práticas de governança integram a cultura organizacional. Um trabalho completo de governança, no entanto, não se faz sem uma estratégia que envolva os parceiros da cadeia de suprimento. Neste ponto, apenas 37% verificam se os fornecedores atuam em consonância com ESG. 

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