Riscos ciberataque
Foto: Adi Goldstein/Unsplash

A Fortinet divulgou o “Relatório Global da Lacuna de Habilidades em Segurança Cibernética 2025“, que revela um cenário de alerta para a América Latina. A falta de profissionais qualificados segue como o principal fator de risco para o aumento das violações e dos custos com incidentes de segurança.

De acordo com o estudo, 86% das organizações latino-americanas sofreram ao menos uma violação cibernética em 2024, e 20% relataram cinco ou mais: um salto expressivo em relação a 2023, quando 81% foram afetadas e apenas 4% tiveram múltiplos ataques. A escassez de habilidades técnicas aparece como o principal fator para a escalada dos incidentes: 63% dos entrevistados apontam a falta de capacitação em segurança de TI como causa direta das violações.

Estima-se uma falta global de 4,7 milhões de profissionais qualificados, e desse número 329 mil na América Latina. O impacto financeiro também é significativo: 35% das empresas reportaram perdas superiores a US$ 1 milhão com incidentes em 2024, repetindo o patamar do ano anterior.

IA avança na segurança

O relatório mostra que 98% das organizações da região já utilizam ou pretendem adotar ferramentas de segurança baseadas em inteligência artificial. A tecnologia é vista como aliada para mitigar a sobrecarga das equipes onde 83% dos profissionais esperam que a IA fortaleça suas funções.

Contudo, o déficit de conhecimento técnico limita o impacto positivo: 54% dos líderes de TI afirmam que a falta de especialistas em IA é o maior obstáculo à implementação bem-sucedida. Globalmente, empresas que sofreram nove ou mais ataques em 2024 já tinham ferramentas de IA, o que reforça que a tecnologia sem capacitação não garante resiliência.

A pesquisa mostra avanço no engajamento dos conselhos executivos: 83% das empresas latino-americanas ampliaram o foco em segurança cibernética em 2024, tratando o tema como prioridade comercial (74%) e financeira (66%). Entretanto, apenas 45% dos entrevistados afirmam que seus conselhos compreendem plenamente os riscos associados à IA, indicando um descompasso entre a adoção tecnológica e o entendimento estratégico sobre seus impactos.

Certificações seguem valorizadas

As certificações profissionais continuam sendo um diferencial decisivo: 92% dos tomadores de decisão preferem candidatos certificados, reconhecendo a importância da atualização constante em um setor de rápida evolução. Apesar disso, o apoio financeiro para formação caiu e apenas 82% das empresas afirmam custear certificações, ante 94% em 2023, o que pode agravar a lacuna de competências no médio prazo.

O estudo reforça que fechar a lacuna de habilidades cibernéticas é essencial para a continuidade dos negócios. A Fortinet recomenda estratégias baseadas em três pilares: conscientização e educação, expansão do acesso a treinamentos e certificações e adoção de tecnologias avançadas de defesa. A companhia também avança no compromisso de treinar 1 milhão de profissionais em segurança cibernética até 2026.

A pesquisa foi realizada em 29 países com mais de 1.850 tomadores de decisão de TI e segurança cibernética, sendo 400 desses entrevistados do Brasil, Argentina, Colômbia e México. Os setores de atuação são diversos e incluem tecnologia, manufatura, serviços financeiros, saúde e serviços profissionais.

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