
A combinação entre inteligência artificial generativa e segurança da informação tem seus dois lados, como quase tudo na vida. Se por um lado, IA traz oportunidades de buscar diferentes formas de proteger empresas e governos, por outro, ela deu aos cibercriminosos ainda mais poder. Além disso, o uso de IA por parte dos funcionários sem necessariamente seguir políticas corporativas, joga mais molho à essa complexidade. O resultado, então, não poderia ser diferente, como aponta o Índice de Preparação para Cibersegurança da Cisco 2025: 77% das empresas já enfrentam problemas de segurança relacionados à IA.
Outro dado alarmante do estudo é que apenas 5% das companhias brasileiras avaliadas possuem maturidade para enfrentar os ataques cibernéticos. Globalmente, o índice não é muito melhor, apenas 4% das empresas se mostraram preparadas. Trata-se de uma informação no mínimo curiosa, dada a crescente relevância do tema cibersegurança nas empresas e governos. É cada vez mais comum o tema ser levado para discussões de conselhos e provocar debates intensos em instituições públicas dada a relevância do tópico. Cibersegurança, é sempre bom lembrar, já é classificada como um grande desafio da sociedade, ao lado de IA, segurança alimentar, crise climática, entre outros.
Voltando ao estudo da Cisco, embora 77% das empresas nacionais enfrentem incidentes de segurança por conta da IA, 58% dos entrevistados se mostram confiantes de que seus colaboradores compreendem as ameaças relacionadas à inteligência artificial. 58% também concordam que as equipes entendem que os cibercriminosos utilizam IA para ataques ainda mais sofisticados. Mas, como alerta, o comunicado enviado pela fabricante aponta que a lacuna de conhecimento e consciência deixa as empresas extremamente expostas.
Em recente entrevista ao Coletivo Tech, por exemplo, o fundador do Grupo Stefanini, Marco Stefanini, foi taxativo ao dizer que “os cibercriminosos usam de IA para fazer seus ataques de maneira massiva e mais inteligente, temos quase que obrigação de usar IA também na defesa”. O que reforça a necessidade de uma estratégia mais forte na proteção das empresas. De acordo como índice da Cisco, no último ano, 31% das empresas brasileiras sofreram ciberataques, dificultados por estruturas de segurança complexas e soluções pontuais desconectadas. Ainda que falte consciência, os entrevistados acreditam que as ameaças externas mais significativas que as internas.
Em comunicado, Jeetu Patel, Chief Product Officer da Cisco, avalia que o relatório deste ano “continua a revelar lacunas alarmantes na preparação para a segurança e a falta de urgência em abordá-las”.
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