Confiança na IA
Foto: Claudio Scot/Pixabay

O avanço da Inteligência Artificial segue em ritmo acelerado, mas a confiança dos líderes empresariais e de TI ainda não é acompanhada por práticas sólidas de governança e segurança ética. É o que revela o relatório “Impacto dos Dados e da IA: o imperativo da confiança”, realizado pela IDC a pedido do SAS.

A pesquisa, que ouviu 2.375 profissionais em seis regiões do mundo incluindo uma combinação de líderes de TI e de negócios, mostra que apenas 40% das organizações estão investindo em mecanismos para tornar a IA confiável, como governança, explicabilidade e padrões éticos. Apesar disso, 78% afirmam confiar plenamente na tecnologia. O levantamento aponta ainda que empresas que priorizam práticas de IA confiável têm 60% mais chances de dobrar o ROI de seus projetos.

Tecnologias emergentes lideram em confiança

Entre as formas de inteligência artificial, a IA generativa aparece como a mais confiável: 48% dos entrevistados disseram ter “confiança total” nessa tecnologia, frente a 33% na IA agêntica e apenas 18% na IA tradicional. A percepção positiva, no entanto, contrasta com a realidade técnica, uma vez que a IA generativa é considerada 200% mais confiável do que a IA tradicional, embora esta última seja mais madura, explicável e testada.

O avanço da IA quântica já desperta confiança em 26% dos tomadores de decisão, mesmo com as aplicações práticas ainda em fase inicial. “As formas de IA com interatividade semelhante à humana e familiaridade social parecem inspirar mais confiança, independentemente da confiabilidade ou precisão reais”, afirmou em nota Kathy Lange, diretora de pesquisa da IDC. O desafio é garantir que a confiança seja acompanhada por práticas responsáveis.

Barreiras e riscos que limitam o impacto

A priorização de implementação de medidas para garantir a confiabilidade na IA ainda é muito baixa, apenas 2% dos respondentes afirmaram desenvolver uma estrutura de governança de IA e menos de 10% têm política de IA responsável, mostrando um desalinhamento entre confiança a percebida e confiabilidade real.

O relatório também acende um alerta sobre as barreiras que enfraquecem o impacto e o ROI da IA. Entre os principais itens citados estão a infraestrutura de dados deficiente com 49%, a governança inadequada com 44% e a falta de especialistas qualificados aparece logo em seguida com 41%.

Além disso, 58% das empresas relatam dificuldade de acesso a dados relevantes, enquanto 49% apontam riscos de privacidade e conformidade e 46% mencionam problemas de qualidade dos dados. “O setor de IA precisa aumentar a taxa de sucesso das implementações, as pessoas devem analisar criteriosamente os resultados da IA e os líderes devem capacitar a força de trabalho com a IA”, reforçou também em nota Bryan Harris, CTO do SAS.

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