
Globalmente a pauta diversidade de maneira geral tem sofridos reveses com cancelamento de programas por parte de diversas empresas, discursos contrários às ações afirmativas, além de movimentos políticos que tentam barrar direitos, neste caso, especificamente à comunidade LGBT+. Com isso, apesar dos avanços assistidos, profissionais que se enquadram nesse grupo seguem enfrentando desafios no mundo corporativo. Pesquisa realizada pela Catho mostra, por exemplo, que mais da metade das pessoas LGBT+ já presenciaram ou sofreram discriminação no trabalho.
O mesmo estudo aponta que 44% dos entrevistados dizem que não há incentivos reais para inclusão nas empresas. Outros 20% já se sentiram prejudicados em processos seletivos, promoções ou demissões por conta de sua identidade. Outro achado é que 41% não identificam nenhuma iniciativa voltada para contratação de pessoas LGBT+.
Em comunicado sobre o estudo, a coordenadora de recursos humanos da Catho, Tatiane Brito, entende que é preciso intencionalidade no agir e que a diversidade precisa integrar a estratégia corporativa e não estar presente apenas nas ações de comunicação. Para a profissional, quando uma pessoa LGBT+ é contratada e não encontra um ambiente seguro, o impacto é duplo, já que afeta a pessoa diretamente e também o desempenho da equipe.
Dentre as ações mais comuns identificadas pelos entrevistados para o estudo estão políticas internas e treinamentos. 11% desses profissionais afirmam não haver nenhum tipo de incentivo para inclusão, enquanto 25% entendem existir ações, mas não as veem sendo praticadas, ou seja, está no discurso e não na prática diária.
A falta de um ambiente inclusivo e seguro afeta a saúde mental das pessoas LGBT+ e, consequentemente, seus desempenhos profissionais. A pesquisa da Catho mostra que ainda há muito a ser feito para que as empresas sejam ambientes seguros. Dos ouvidos, 28.9% se sentem invisíveis e 28% relatam se sentirem subestimados com frequência. Para Tatiana, impulsionar a conscientização e a importância da inclusão no mercado de trabalho é essencial. Ela reforça ainda a necessidade de se investir em uma cultura inclusiva, com metas claras, indicadores e escuta ativa.
Sem comentários registrados