data center

Data centers — fundamentais para o funcionamento de bancos, comunicações, serviços de emergência, logística e armazenamento em nuvem — estão cada vez mais expostos aos impactos das mudanças climáticas. Segundo o Relatório Global XDI 2025 sobre Risco Climático Físico e Adaptação em Centros de Dados, divulgado pela Cross Dependency Initiative (XDI), quase 9 mil instalações em operação ou em construção ao redor do mundo enfrentam riscos físicos crescentes.

O relatório analisa a exposição dos data centers a oito tipos de riscos climáticos, incluindo:

  • Inundações fluviais e costeiras
  • Ciclones tropicais
  • Incêndios florestais
  • Eventos climáticos extremos

As projeções vão até 2050, considerando diferentes cenários de aquecimento global. Entre os locais com maior risco estão New Jersey, Xangai, Tóquio, Hong Kong e Hamburgo, com até 64% dos centros de dados projetados para estar sob alto risco nas próximas décadas.

América Latina: crescimento acelerado e alta vulnerabilidade

A América Latina está vivenciando um forte crescimento no setor. O mercado deve saltar de US$ 5–6 bilhões em 2023 para US$ 8–10 bilhões até 2029, com destaque para Brasil, México e Chile. No entanto, países como Colômbia, Peru, Costa Rica e Panamá também ganham protagonismo como novos polos de investimento.

O relatório da XDI destaca os principais centros urbanos da região que enfrentam risco climático relevante:

  • Santiago (Chile): 15ª posição global, com 16,33% dos centros em alto risco até 2050, principalmente por inundações.
  • São Paulo (Brasil): 23ª posição, com 10,96% dos centros em alto risco.
  • Buenos Aires: fora do ranking, mas com 19% dos centros de dados sob alto risco.
  • Querétaro (México), Bogotá (Colômbia) e Rio de Janeiro (Brasil) também apresentam alto percentual de vulnerabilidade.

Impactos Econômicos

O estudo alerta que os custos de seguro para data centers podem triplicar ou quadruplicar até 2050, caso não sejam adotadas estratégias eficazes de mitigação. Investimentos em resiliência climática podem economizar bilhões em danos físicos e operacionais.

A XDI aponta que mudanças na engenharia e construção de data centers podem reduzir significativamente os riscos, mas reforça que nenhuma adaptação física será suficiente sem ações concretas de descarbonização. Limitar o aquecimento global é essencial para proteger a infraestrutura digital a longo prazo.

Tais riscos, também provoca uma tendência crescente de interiorização de investimentos em data centers. No México, por exemplo, a cidade de Querétaro supera a capital em número de projetos. Esse movimento, contudo, traz novos desafios relacionados à infraestrutura de água, energia e conectividade em áreas remotas.

“Quando tanta coisa depende dessa infraestrutura crítica — e com o setor crescendo exponencialmente — operadores, investidores e governos não podem se dar ao luxo de agir às cegas,” afirma, em comunicado, Dr. Karl Mallon, fundador da XDI.Para garantir a segurança digital global, é fundamental que as decisões de investimento sejam orientadas por dados atualizados, análises locais e ações conjuntas entre setor privado e poder público. A economia digital só será segura se sua base física for resistente, sustentável e preparada para os desafios climáticos do século XXI.

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