
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) tem investido forte em sua agenda de eventos que trata de sustentabilidade. A entidade tenta aproveitar o ano da COP 30 para ampliar as discussões e apresentar as oportunidades que se abrem com a agenda verde. Nesta segunda-feira (28/04), por exemplo, aconteceu em São Paulo o Fórum de Sustentabilidade e já na abertura, o CEO da Amcham Abrão Neto afirmou que “sustentabilidade é imperativo tanto para sobrevivência do planeta quando para prosperidade da sociedade”. Para o executivo é preciso uma aproximação maior entre o setor empresarial e a agenda de sustentabilidade.
Apesar da fala de Neto e sua preocupação em aproximar o setor privado da agenda verde, a entidade apresentou dados do relatório Panorama Sustentabilidade Corporativa 2025 e as informações são positivas: o número de empresas das quais a sustentabilidade faz parte da estratégia de negócio pulou de 26% para 72% entre 2023 para 2025. Por outro lado, apenas 48% das empresas usa benchmark ou avaliações externas para aprimorar e guiar suas decisões em sustentabilidade; entre os principais desafios para acelerar essa agenda é conseguir mostrar que sustentabilidade gera retorno financeiro e o engajamento da alta gestão.
Já durante o painel “Sustentabilidade Econômica: Integrando Desenvolvimento e Responsabilidade para o Futuro”, Marco Dorna, presidente da Tetra Pak, afirmou que a empresa fez investimento de R$ 26 milhões em 2024 e relatou que são verbas direcionadas para parcerias com cooperativas, projetos sociais e também melhorias na fábrica. Para este ano, pontuou o executivo, estão previstos 100 milhões de euros para melhorar as embalagens. No mesmo painel, Luciano Alves, CEO da CBA, comentou que a empresa possui 33 objetivos de sustentabilidade até 2030, mas lembrou que há um grande desafio em conectar isso na estratégia de negócio. Dentro da CBA cada projeto tem que apresentar o retorno financeiro e o impacto em sustentabilidade; por conta da diretriz, desde 2018 eles acompanham mais de 2.500 iniciativas e conseguem ter visão do retorno financeiro e impacto.
A discussão entre o financeiro e o que é bom para um projeto de sustentabilidade integrou a discussão, com Dorna afirmando que, ao olhar apenas o financeiro, muita coisa importante fica de fora e que há uma correlação inequívoca entre sustentabilidade e resultado financeiro. A Tetra Pak tem como meta atingir a marca de carbono zero até 2030, além de trabalhar para ter a embalagem de alimento mais sustentável do mundo no mesmo período. Sobre a neutralidade carbônica, Dorna destacou a importância de uma coordenação com toda a cadeia produtivo e disse ser um trabalho que envolve esforço coletivo.
Na CBA, o trabalho envolveu o desenvolvimento de uma tecnologia para separar o alumínio e o plástico das embalagens, possibilitando um melhor reaproveitamento e reciclagem dos materiais. Alves ressaltou a importância de formalizar a cadeia de reciclagem. A empresa atua em toda a cadeia de valor do alumínio e consegue levar seu conhecimento em sustentabilidade e reciclagem para os seus pequenos fornecedores. Também consegue oferecer aos seus clientes um produto de baixo carbono, que é rastreável, com certificação de quanto foi emitido.
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