
A Lenovo, empresa que liderou as vendas de PCs globalmente com 61,8 milhões de equipamentos vendidos em 2024, de acordo com dados da IDC, afirma que tem trabalhado forte rumo à circularidade em suas linhas de produção. Conforme afirmou William Dominici, diretor global de PCs e dispositivos inteligentes da fabricante, desde 2020 a empresa evitou que 90 mil toneladas de lixo eletrônico fossem parar em aterros sanitários. O executivo compartilhou uma série de informações acerca das ações de sustentabilidade da companhia durante o World Circular Economy Forum 2025 (WCEF), em São Paulo.
Se as 90 mil toneladas parecem muito, trata-se apenas de uma das frentes para a ambiciosa meta da companhia de zerar emissões até 2050. De acordo com dados do site da Lenovo, o plano para se chegar ao objetivo tem validação da Science Based Targets, iniciativa que mobiliza empresas para terem metas de reduções de suas emissões baseadas na ciência.
Dominici afirmar ter participado do desenho do que ele chama de estratégia de sucesso da companhia há anos. Parte importante do trabalho dele esteve em liderar o desenvolvimento dos KPIs de sustentabilidade da empresa com vistas à meta de 2050. “Mas é um novo sistema de valores e que não pode ser criado em silos”, reforçou o executivo. “É preciso colaboração entre governos, empresas. Meu time opera na intersecção de tecnologia e novos modelos de negócio.”
A estratégia de circularidade da Lenovo, como detalhou Dominici, está baseada em design responsável, que envolve pensar a durabilidade do produto desde sua concepção; materiais éticos, ou seja, buscar por materiais facilmente recicláveis, além do uso de reciclados; e o que ele chama de modelos responsáveis, que é gerir o ciclo de vida do produto e incluir nesse processo a recuperação de aparelhos. “Temos serviço de reciclagem e reparo. Olhamos não apenas para a primeira fase da vida, mas também para a segunda em diante, para prolongar o uso do dispositivo.”
Ainda dentro da estratégia, Dominici afirmou que a fabricante tem feito uso de inteligência artificial em seus processos para ter mais transparência na cadeia de suprimento. O objetivo, neste ponto, é ter um sistema resiliente e sustentável de circularidade e que possa ser compartilhado pela rede de parceiros da fabricante.
“Não se atinge circularidade isoladamente, trabalhamos com nossos fornecedores para buscar por mais transparência nos materiais, por exemplo. E isso envolve nossa cadeia de valor, parceiros, procurement e como construímos nosso modelo de negócio, formatos como device-as-a-service. Temos um programa focado em nossos parceiros onde compartilhamos boas práticas de circularidade e sustentabilidade para que eles possam trabalhar na mesma linha”, resumiu Dominici.
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